Economia dos EUA registra crescimento sólido às vésperas de eleição
Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - A economia dos Estados Unidos manteve um ritmo sólido de crescimento no terceiro trimestre, uma vez que a inflação em queda e os ganhos salariais fortes impulsionaram os gastos dos consumidores antes da eleição presidencial no país.
O Produto Interno Bruto cresceu a uma taxa anualizada de 2,8% no terceiro trimestre, informou o Departamento de Comércio em sua estimativa do PIB nesta quarta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam avanço de 3,0%.
As estimativas variavam de um ritmo de 2,0% a uma taxa de 3,5%. A economia cresceu 3,0% no segundo trimestre. O ritmo de crescimento foi bem superior ao que as autoridades do Federal Reserve consideram como a taxa de crescimento não inflacionária de cerca de 1,8%.
A estimativa do PIB foi publicada menos de uma semana antes de os norte-americanos irem às urnas, em 5 de novembro, para escolher entre a vice-presidente Kamala Harris, candidata do Partido Democrata, e o ex-presidente Donald Trump.
Pesquisas mostram que a disputa está empatada. Os norte-americanos, que sempre afirmam que a economia é uma das principais questões eleitorais, têm se irritado com os altos custos de alimentação e moradia, mesmo com a economia desafiando as previsões de recessão e continuando a superar seus pares globais.
As pesquisas com os eleitores têm consistentemente dado vantagem a Trump quando perguntados sobre quem seria o melhor administrador da economia, inclusive na última pesquisa Reuters/IPSOS divulgada na terça-feira.
O relatório desta quarta soma-se às revisões anuais publicadas no mês passado, que indicaram que a economia estava muito mais forte do que havia sido estimado anteriormente. As revisões quase apagaram a diferença entre o PIB e a renda interna bruta, uma medida alternativa de crescimento, até o segundo trimestre.
Antes da revisão, alguns economistas haviam argumentado que a diferença sugeria que a atividade econômica estava sendo superestimada. A economia permaneceu resiliente, apesar dos aumentos de 5,25 pontos percentuais na taxa de juros em 2022 e 2023 pelo banco central dos EUA para controlar a inflação.
O índice de preços PCE, excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia - acompanhado de perto pelo Fed - aumentou a uma taxa de 2,2% no terceiro trimestre, desacelerando drasticamente em relação ao ritmo de 2,8% no segundo trimestre.
Com a inflação próxima da meta de 2% do Fed, o banco central está agora afrouxando a política monetária e, no mês passado, deu início a esse ciclo com um corte de 0,5o ponto percentual na taxa de juros.
Essa redução nos custos de empréstimos, a primeira desde 2020, baixou a taxa básica de juros do Fed para a faixa de 4,75% a 5,00%.
(Reportagem de Lucia Mutikani)