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Arselino Tatto não se reelege e deixa Câmara de SP após 9 mandatos

Vereador Arselino Tatto (PT) não conseguiu se reeleger para décimo mandato consecutivo - Divulgação/Mandato Arselino Tatto
Vereador Arselino Tatto (PT) não conseguiu se reeleger para décimo mandato consecutivo Imagem: Divulgação/Mandato Arselino Tatto
do UOL

Do UOL, em São Paulo

07/10/2024 05h30

Decano da Câmara Municipal de São Paulo, Arselino Tatto (PT) não conseguiu se reeleger para o décimo mandato consecutivo. O petista interrompeu neste domingo (6) uma trajetória no Legislativo paulistano que começou há 36 anos e simbolizava o poderio de uma das famílias mais tradicionais da política municipal.

O que aconteceu

Arselino teve 29.105 votos e ficou como suplente. Vereador mais longevo da Câmara, o petista de 68 anos está no nono mandato consecutivo e se elegeu pela primeira vez em 1988. Ele chegou a ser presidente da Câmara em 2002, na gestão da então prefeita Marta Suplicy (PT).

Jair Tatto (PT), irmão caçula de Arselino, se reelegeu com 30.905 votos. Em 2012, a dupla conseguiu um feito inédito na Câmara Municipal: a eleição de dois irmãos na mesma legislatura. Desde então, Jair e Arselino tinham conseguido renovar os mandatos, o que não aconteceu nesta eleição.

Jair e Arselino fazem parte dos Tatto, uma família de políticos tradicionais de São Paulo. Além deles, Enio Tatto é deputado estadual, e Jilmar Tatto e Nilto Tatto, deputados federais, todos pelo PT.

Clã dos Tatto criou império eleitoral no extremo sul da cidade. A família construiu influência a partir de um cinturão de bairros pobres como Grajaú e Parelheiros, região que ficou conhecida como "Tattolândia" devido à popularidade dos irmãos.

Jilmar Tatto concorreu à Prefeitura de São Paulo em 2020, mas terminou em sexto lugar. Foi o pior desempenho do PT em uma eleição na cidade. Em 2024, o partido apoiou Guilherme Boulos (PSOL), inicialmente sob protesto dos Tatto, que defendiam candidatura própria da sigla. As divergências foram vencidas, e a família trabalha hoje pela eleição do psolista.

Mesmo com o apoio dos Tatto e com Marta Suplicy como vice, Boulos viu Nunes vencer em áreas que são redutos da família e da ex-prefeita. O atual prefeito ficou em primeiro lugar em Parelheiros, com 35,22% contra 32,17% do psolista, e no Grajaú, por 34,18% a 33,48%.

Parelheiros e Grajaú foram os únicos lugares em que Marta, então no PMDB, venceu em 2016 quando disputou a prefeitura. Ela ficou em quarto lugar naquela eleição, que terminou na vitória de João Doria (então no PSDB) no primeiro turno. Parelheiros, por exemplo, ficou conhecido como "Martalândia", devido à popularidade da petista na região.

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