Biden afirma que EUA não apoiariam ataque israelense contra instalações nucleares do Irã
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quarta-feira que ele não apoiaria qualquer ataque israelense contra instalações nucleares do Irã em resposta ao lançamento de mísseis iranianos e pediu para Israel agir “proporcionalmente”.
Biden falou um dia após o Irã disparar mais de 180 mísseis balísticos contra Israel, um ataque que ele havia descrito anteriormente como "ineficaz". O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu que o Irã pagará por isso.
"Estamos discutindo com os israelenses o que eles vão fazer, mas todos os sete de nós (nações do G7) concordamos que eles têm o direito de responder, mas devem responder proporcionalmente", disse Biden a repórteres antes de embarcar no Força Aérea Um.
Alguns analistas dizem que a resposta de Israel provavelmente será mais contundente do que quando o Irã lançou mísseis e drones contra Israel em abril, indicando que desta vez Israel poderia atacar instalações nucleares ou de petróleo iranianas.
Questionado sobre se os EUA apoiariam qualquer ataque israelense a instalações nucleares do Irã, Biden respondeu: "A resposta é não”.
Biden afirmou que mais sanções serão impostas ao Irã e que ele falaria em breve com Netanyahu.
O vice-secretário de Estado dos EUA, Kurt Campbell, afirmou que o governo está buscando alinhar sua posição com Israel em qualquer resposta ao ataque do Irã, mas também reconheceu que o Oriente Médio está "à beira de um abismo" e que uma escalada mais ampla poderia colocar em risco os interesses de Israel e dos EUA.
Falando em um evento virtual organizado pelo think tank Carnegie Endowment, Campbell reiterou a visão dos EUA de que as ações de Teerã foram "profundamente irresponsáveis" e que deve haver uma "resposta".
"Acho que tentamos ressaltar o nosso apoio a algumas das ações que Israel tomou", acrescentou. Campbell também expressou preocupação com uma possível operação terrestre estendida no Líbano.
O Exército israelense está em combate na fronteira norte com os combatentes do Hezbollah, apoiado pelo Irã. Nesta quarta-feira, oito soldados israelenses foram mortos, o maior número de baixas militares de Israel na frente do Líbano no último ano de confrontos entre Israel e Hezbollah na área de fronteira.
O Irã declarou nesta quarta-feira que seu bombardeio de mísseis -- o maior já realizado contra Israel -- havia terminado, a menos que houvesse novas provocações.
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