Sindicato de trabalhadores da Boeing pressiona CEO após corte de benefícios de saúde
(Reuters) - O maior sindicato de trabalhadores da Boeing pediu nesta terça-feira que o novo presidente-executivo da companhia, Kelly Ortberg, se envolva mais nas negociações contratuais para encerrar a greve de cerca de 33 mil trabalhadores da Costa Oeste dos Estados Unidos, após a fabricante de aviões norte-americana cortar seus benefícios de saúde.
Em agosto, o ex-chefe da Rockwell Collins assumiu o comando da Boeing, que tem sido abalada por várias crises este ano, incluindo a greve que atingiu a produção dos jatos 737 MAX, os mais vendidos da empresa. A Boeing não estava imediatamente disponível para comentar.
"É hora de o novo CEO se envolver verdadeiramente no nível das propostas e assumir o controle de seus subordinados, que estão tendo dificuldades em tomar decisões críticas como essa", afirmou Brian Bryant, presidente da Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais (IAM, na sigla em inglês), que representa os funcionários em greve.
"Não há razão para que a questão dos benefícios de saúde não pudesse ter sido adiada para dar mais tempo às negociações", acrescentou Bryant em uma declaração sobre os benefícios que terminaram nesta terça-feira.
As negociações entre a Boeing e o Distrito 751 da IAM, que está negociando o acordo, foram interrompidas na semana passada, e não está claro quando as discussões serão retomadas.
Os trabalhadores da Boeing na área de Seattle e Portland, Oregon, realizaram a paralisação em 13 de setembro, na primeira greve do sindicato desde 2008, interrompendo a produção de três modelos de aviões comerciais e aumentando a pressão financeira sobre a fabricante de aviões.
O sindicato busca um aumento salarial de 40% e a restauração de um plano de benefício definido que foi retirado do contrato há uma década.
Na semana passada, a Boeing ofereceu aos trabalhadores em greve uma oferta melhorada, descrita como sua "melhor e última" oferta, que daria aos funcionários um aumento de 30% ao longo de quatro anos e restauraria um bônus de desempenho. O sindicato, no entanto, afirmou que uma pesquisa entre seus membros indicou que isso não era suficiente.
(Reportagem de Allison Lampert, em Montreal, e David Shepardson, em Washington)
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