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Mark Rutte assume liderança da Otan com a Ucrânia entre suas prioridades

01/10/2024 03h18

O holandês Mark Rutte tomou posse, nesta terça-feira (1º), como novo secretário-geral da Otan, e prometeu que a Ucrânia continuará sendo uma prioridade para a aliança transatlântica, independentemente do resultado das eleições presidenciais nos Estados Unidos. 

"Vamos intensificar o nosso apoio à Ucrânia e aproximá-la cada vez mais da Otan, porque não pode haver segurança duradoura na Europa sem uma Ucrânia forte e independente", disse Rutte após assumir formalmente o comando em uma cerimônia em Bruxelas. 

Na sua primeira coletiva de imprensa como secretário-geral da Otan, Rutte disse que o presidente russo, Vladimir Putin, deve compreender que a aliança "não cederá" no seu apoio à Ucrânia. 

"Quanto mais ajudarmos a Ucrânia, mais rápido [a guerra] terminará", disse ele. 

Em Kiev, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, salientou que pretende trabalhar "efetivamente" com o novo secretário-geral para que Kiev se aproxime da tão esperada adesão à Aliança.

Ao chegar nesta terça-feira à sede da aliança militar, em Bruxelas, Rutte destacou que a Otan precisa garantir "que a Ucrânia prevaleça como nação soberana, independente e democrática" diante da invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022. 

Rutte substitui o norueguês Jens Stoltenberg, que liderou a Otan durante uma década. 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que tem "total confiança" de que Rutte "continuará avançando no nosso trabalho para criar uma Otan mais forte, maior e mais determinada do que nunca em sua missão de criar um mundo mais seguro".

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, parabenizou Rutte e expressou sua expectativa de "trabalhar juntos" no "firme apoio à Ucrânia".

Em uma breve reunião do Conselho do Atlântico Norte, Stoltenberg presenteou Rutte com o martelo de madeira, de origem islandesa, usado exclusivamente nestas cerimônias e que simboliza a transmissão de comando. 

"Estou determinado a preparar a Otan para os desafios do futuro", disse o líder holandês.

- Fortalecer parcerias -

O novo chefe da Otan afirmou que, além da Ucrânia, a sua lista de prioridades inclui a manutenção da força da aliança e a expansão dos seus laços com a União Europeia e com países "que compartilham os nossos interesses e valores".

Pouco depois de Rutte ter assumido o controle da Otan, a presidente da Comissão Europeia (o braço Executivo da UE), Ursula von der Leyen, pediu "para fortalecer ainda mais as relações" entre as duas instituições.

"Sua liderança será crucial para o papel da aliança na segurança Euro-Atlântica e o nosso firme apoio à Ucrânia", apontou Von der Leyen na rede social X.

Os países da aliança fornecem 99% das armas estrangeiras à Ucrânia e concordaram em julho em desempenhar um papel ainda mais importante nesse processo. Rutte vai coordenar o apoio. 

Rutte descartou que o resultado das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro, sejam um motivo de preocupação e espera poder trabalhar de forma produtiva com quem vencer. 

"Não estou preocupado. Conheço muito bem os dois candidatos", garantiu sobre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris. 

Rutte esteve no poder nos Países Baixos durante o governo Trump em Washington e ganhou notoriedade pela habilidade com que lidou com o vulcânico presidente americano. 

"Kamala Harris tem um histórico fantástico como vice-presidente. Ela é uma líder altamente respeitada", disse ele.

Nesta terça-feira, o novo secretário-geral da Otan disse que a situação no Líbano é uma "preocupação óbvia", mas admitiu que a aliança militar não tem nenhum papel a desempenhar. 

"Estamos acompanhando de perto o que acontece no Líbano. Mas a Otan não tem nenhum papel específico a esse respeito. Como aliança, estamos em contato constante com todos os nossos parceiros" na região, disse ele. 

Outro desafio de Rutte na Otan será manter a pressão sobre os países da aliança para aumentarem os seus gastos com Defesa. Este ano, 23 dos 32 países do bloco atingirão a meta de investir em Defesa o equivalente a 2% de seus respectivos PIBs.

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© Agence France-Presse

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