Caso Marielle: Acusado de destruir carro utilizado no crime é condenado
Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como "Orelha", foi condenado após ser acusado de destruir o carro utilizado no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro. Esta é a primeira condenação na investigação sobre as mortes, ocorridas em 2018.
O que aconteceu
Ele foi condenado a cinco anos de prisão em regime semiaberto, segundo decisão do último dia 26.
A 37ª Vara Criminal da Capital negou pedido de absolvição baseado em suposta "insuficiência probatória". "As provas produzidas durante a instrução processual comprovaram a dinâmica da destruição do carro, embaraçando a investigação dos homicídios e da tentativa de homicídio que envolviam organização criminosa, e a autoria do réu".
A decisão ainda ressalta que a destruição do carro dificultou a denúncia contra os executores (Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz) e supostos mandantes do assassinato (irmãos Brazão). "Impossibilitando a realização de perícia criminal no veículo e, assim, contribuindo para que os executores dos crimes somente se tornassem suspeitos de seu cometimento quase um ano após a ocorrência das infrações e, por conseguinte, contribuindo para que os suspeitos de serem os mandantes só se tornassem conhecidos neste ano de 2024, seis anos após as mortes."
Orelha era dono de um ferro-velho e teria sido o responsável por destruir o GM Cobalt a pedido do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o "Suel", também investigado pelo crime. O veículo foi levado para um "desmanche" no Morro da Pedreira, na zona norte do Rio. Ele está preso desde fevereiro deste ano.
Ele foi citado pelo ex-PM Élcio de Queiroz, que dirigia o carro, na delação premiada em 2023. Élcio afirmou que pediu para sua esposa avisar Orelha para trocar de telefone com o início das investigações — eles eram amigos.
O UOL tenta localizar a defesa de Edilson Barbosa. Se houver resposta, o texto será atualizado.
Julgamento de Lessa e Élcio
A Justiça marcou a data do julgamento dos ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz para o dia 30 de outubro. Recentemente, Lessa disse que não queria matar Anderson, o motorista de Marielle.
Ele prestou depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal) em agosto. "Eu não tinha a intenção nenhuma de atingir o Anderson. O plano era matar Marielle. O Anderson morreu atingido pelos disparos que dei na vereadora".
Lessa afirmou que ele e o ex-PM Edmilson Oliveira da Silva, o "Macalé", ganhariam R$ 25 milhões pelo crime. "Era no assassinato da Marielle que a gente ficaria milionário: eu colocaria R$ 25 milhões no bolso e o Macalé [colocaria] outros R$ 25 milhões", declarou o assassino confesso da vereadora do PSOL e do motorista Anderson Gomes.
Élcio disse que queria fechar a delação desde o início da repercussão sobre a morte da vereadora. No entanto, não o fez porque as investigações eram comandadas pela Delegacia de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro, divisão que ele alegou não confiar por suspeitas de corrupção.
A divisão era comandada por Rivaldo Barbosa. Segundo relatório da PF, o delegado atrapalhou as investigações das mortes da vereadora e do motorista. Ele nega participação no crime.
O assassinato de Marielle teria sido encomendado pelos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão - conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado) e deputado federal, respectivamente. Eles também negam.
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