Ibovespa abre com taxa moderada por exterior e agenda fraca, antes de dados fiscais
A variação do Ibovespa é moderada na abertura do pregão desta sexta-feira, 20, de agenda esvaziada de indicadores e de vencimento de opções sobre ações. Aqui há expectativa pelo início do horário de verão e pela divulgação do 4º Relatório Bimestral de Receitas e Despesas diante dos elevados riscos fiscais, apesar de, na quinta-feira, ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, ter dito que o documento consolidará "de vez" o cenário para o cumprimento da meta fiscal de 2024.
Os principais pontos serão disponibilizados a jornalistas entre o fim da tarde e o começo da noite. A apresentação tradicional seguida da coletiva de imprensa só deve ocorrer na segunda-feira.
"Se vier um relatório que traga mais contenções com compromisso de responsabilidade fiscal, embora setembro seja uma mês mais volátil, podemos esperar um final de ano um pouco melhor para o Ibovespa", avalia Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
A despeito da maior probabilidade de cumprimento da meta fiscal do ano, os meios que estão sendo usados e a falta de medidas estruturais para conter despesas apenas reforçam as preocupações com as contas públicas, sendo um fator que limita quedas no câmbio e nos juros longos, alerta Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, em nota.
Investidores também absorvem as decisões de política monetária desta semana em meio a constantes desafios em importantes economias cujos bancos centrais divulgaram suas decisões sobre juros: Brasil, Estados Unidos, Inglaterra, Japão e China.
Apesar de alguma esperança de alívio nos juros chineses, o Banco do Povo da China (PBoC, o banco central do país) deixou as principais taxas nos níveis atuais ontem à noite. Ainda assim, há rumores de anúncio de estímulo à economia chinesa por outros meios. O país estuda eliminar algumas das principais restrições à compra de imóveis residenciais para impulsionar a demanda, conforme a Bloomberg.
Hoje, em Dalian, o minério de ferro fechou com alta de 0,15%, mas a ação da Vale operava em baixa de 0,31%, assim como os índices futuros de ações no pré-mercado de Nova York após os fortes ganhos das bolsas americanas na esteira do corte de juros pelo Federal Reserve (Fed). Já os rendimentos dos Treasuries miram alta, assim como os juros futuros no Brasil. O petróleo, por sua vez cede em torno de 0,60% e os papéis da Petrobrás tinham alta de 0,19% (PN) e recuo de 0,13% (ON).
Ontem o Ibovespa fechou em baixa de 0,47%, aos 133.122,67 pontos - o terceiro recuo seguido. Desta forma, caminha para encerrar a semana com desvalorização após ter avançado na anterior.
A despeito da agenda esvaziada hoje, a da semana seguinte promete e deve ser acompanhada com afinco pelos investidores. No Brasil, depois do tom considerado duro por especialistas do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) - que elevou a SELIC de 10,50% para 10,75% na quarta - a ata, que sai na terça, merecerá atenção, pontua Spiess. "E tem IPCA-15 de setembro além do Relatório Trimestral de Inflação, na quinta. Nos Estados Unidos sairão a nova leitura do PIB do segundo trimestre e o PCE, índice de inflação preferido do Fed", cita o profissional da Empiricus.
Às 10h12, o Índice Bovespa cedia 0,06%, na mínima aos 132.997,12 pontos, ante abertura aos 133.120,87 pontos.
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