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Cientistas identificam espécies animais que estariam na origem da pandemia de Covid-19

19/09/2024 12h04

Um estudo publicado na revista científica americana Cell, nesta quinta-feira (19), revelou que os cães-guaxinim e as civetas estão entre as espécies com maior probabilidade de terem servido como hospedeiros do SARS-CoV-2, o vírus responsável pela pandemia de Covid-19.

Um estudo publicado na revista científica americana Cell, nesta quinta-feira (19), revelou que os cães-guaxinim e as civetas estão entre as espécies com maior probabilidade de terem servido como hospedeiros do SARS-CoV-2, o vírus responsável pela pandemia de Covid-19.

Da redação da RFI em Paris

A pesquisa foi dirigida pela cientista francesa Florence Débarre, do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica) e mostrou quais espécies estavam presentes no final de 2019 no mercado de Wuhan, na China, epicentro da pandemia, e que teriam transmitido o vírus para o homem.

De acordo com um comunicado divulgado pelo centro de pesquisas francês, após realizar o sequenciamento genético de amostras retiradas das barracas do mercado, os cientistas detectaram a presença simultânea no local de material genético do vírus SARS-CoV-2 e de alguns animais selvagens. 

A coleta das amostras foi feita após o fechamento do local, em 1º de janeiro de 2020, poucos meses antes do vírus se propagar pelo mundo inteiro.

Entre os animais identificados estão os cães-guaxinim e as civetas, que já estavam envolvidos na propagação do vírus da SARS, em 2002.  Ambas as espécies são consideradas pelos cientistas como "facilitadoras" da passagem do vírus para os humanos.

A técnica utilizada para sequenciar as amostras, segundo o comunicado, é conhecida como metatranscriptômica. O método é uma ferramenta sofisticada de biotecnologia, que permite a extração do RNA e a análise da expressão dos genes de micróbios, por exemplo.

Essa técnica possibilitou aos pesquisadores identificar todo o material genético dos organismos presentes em cada amostra. Entre eles, vírus como o SARS-CoV-2, bactérias, plantas, animais ou humanos. 

"A análise dos dados de sequenciamento tornou possível a caracterização da composição genética dos animais presentes no mercado e determinar sua provável origem geográfica", diz o comunicado do CNRS.

Paralelamente, os cientistas estudaram os genomas virais dos primeiros pacientes que tiveram a Covid-19 para rastrear a possível evolução do vírus. 

Segundo o estudo, os cientistas demonstraram que a diversidade genética do vírus presente no mercado era próxima da diversidade genética dos primeiros casos humanos da pandemia. O resultado obtido pelos pesquisadores corrobora a tese de que a epidemia tenha começado no mercado chinês, no fim de 2019, confirmando outros estudos que chegaram à mesma conclusão.

A pesquisa também revelou a presença de outros vírus zoonóticos no mercado de Wuhan. Para os pesquisadores, isso revela o risco de novas pandemias ligadas à venda de animais selvagens vivos em cidades com alta densidade demográfica. "Identificar as atividades humanas com maior probabilidade de desencadear novas pandemias é de fato crucial para antecipar e prevenir crises sanitárias", conclui o instituto francês em seu comunicado.

Nova variante do vírus se espalha na Europa

Detectada pela primeira vez em Berlim, no início de junho, a variante XEC deve se tornar a próxima cepa dominante da Covid-19.

Atualmente, ele está se espalhando "rapidamente" na Europa, América do Sul e Ásia, e já corresponde a 10% dos casos em agosto na Eslovênia. 

O XEC é uma subvariante da ômicron, que surgiu em 2021 e se tornou dominante. Os primeiros dados mostram que ela é um pouco mais contagiosa.

A variante XEC do Covid-19 parece ter sintomas semelhantes às anteriores, como febre, dor de garganta, tosse e dores no corpo, além da perda de olfato e de apetite.

As vacinas atualizadas ainda não incluem a XEC, mas como protegem contra a ômicron, continuam eficazes e impedem formas graves da doença.

Na França, a dose de reforço é recomendada para pessoas com mais de 65 anos de idade, que vivem ou trabalham em contato com idosos, e pacientes com comorbidades, além de profissionais da saúde. A campanha de reforço no país deve começar no próximo dia 15 de outubro.

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