Chefe do ELN diz que diálogos na Colômbia podem seguir apesar de confrontos
As negociações de paz entre o governo colombiano e o Exército de Libertação Nacional (ELN) "podem continuar" mesmo sem um cessar-fogo, disse nesta quinta-feira (19) o líder da guerrilha, Antonio García, após o anúncio do Executivo na quarta de que suspenderia os diálogos em resposta a um ataque letal a uma base militar.
"Ainda em meio às operações militares, os processos de paz podem continuar, isso já foi feito em vários momentos por diferentes governos, agora não pode ser a exceção", escreveu García na rede social X.
O grupo rebelde foi apontado como responsável por um ataque realizado na terça-feira contra um batalhão do exército na localidade de Puerto Jordán, no departamento de Arauca, onde três soldados morreram e 28 ficaram feridos, segundo o balanço oficial mais recente.
Após a ofensiva, a delegação do governo nas conversas, que começaram no final de 2022, declarou o processo "suspenso" e advertiu que só seria retomado "com uma manifestação inequívoca da vontade de paz" dos rebeldes.
De acordo com García, as conversas estão "congeladas" por "descumprimentos de acordos" alcançados com o governo durante os ciclos de negociações realizados em Cuba, Venezuela e México.
Em resposta, o presidente Gustavo Petro disse no X estar "pronto" em seu escritório para dialogar com os rebeldes. "Se o ELN não quer romper o processo de paz, diga isso. Não se calem, que a paz é para ser gritada e a violência para ser enterrada", escreveu.
A guerrilha, em armas desde 1964, intensificou sua ofensiva desde o início de agosto, quando decidiu não retomar uma trégua que estava em vigor desde 2023.
Desde então, as forças militares retomaram as operações contra os rebeldes e, na quarta-feira, após o ataque em Arauca, o ministro da Defesa, Iván Velásquez, declarou que os esforços seriam "redobrados".
Seu ministério ofereceu uma recompensa equivalente a 957 mil dólares (5,19 milhões de reais) por informações sobre o paradeiro dos principais líderes dessa guerrilha.
Petro, o primeiro presidente de esquerda da Colômbia, tenta desativar o conflito armado de seis décadas dialogando com várias guerrilhas e gangues. Mas enfrenta críticas da oposição que denuncia uma piora na segurança pública.
afm/vd/ag/ic
© Agence France-Presse
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