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PagBank abre centro de atendimento e leva empregos a Paraisópolis

Nourdine Bihmane, CEO global da Konecta, Arilda Vasconcelos, diretora de operações do PagBank, Gilson Rodrigues, presidente do G10 Favelas, e Márcio Araújo, CEO da Konecta Brasil - Divulgação
Nourdine Bihmane, CEO global da Konecta, Arilda Vasconcelos, diretora de operações do PagBank, Gilson Rodrigues, presidente do G10 Favelas, e Márcio Araújo, CEO da Konecta Brasil Imagem: Divulgação
do UOL

Felipe Gutierrez

Colaboração para Ecoa, em São Paulo

18/09/2024 16h22Atualizada em 18/09/2024 18h20

O banco digital PagBank inaugurou nesta quarta-feira (18) um centro de atendimento dentro da favela de Paraisópolis, a segunda maior da cidade de São Paulo (atrás de Heliópolis).

A central, chamada G10 Atende, começa com 17 profissionais que já passaram por um curso de treinamento e qualificação, com a expectativa de expandir, afirma Arilda Vasconcelos, diretora de operações do PagBank. A estrutura tem capacidade para abrigar até 40 estações de trabalho.

Por enquanto, a equipe que começou a trabalhar no local tem feito contato proativo com os clientes do banco digital para realizar pesquisas de satisfação. "Eles procuram os clientes para entender em que podemos melhorar", diz a diretora. Segundo ela, o objetivo é ampliar a operação com o tempo. "Começamos pequenos, mas a ideia é crescer".

Com 19 mil domicílios, de acordo com o IBGE, Paraisópolis sofre com escassez de empregos. De acordo com um levantamento de 2022 da Rede Nossa São Paulo, o distrito onde a favela está localizada ocupa a 60ª posição no ranking de oferta de empregos formais, com apenas 2,06 vagas para cada 10 moradores em idade ativa.

Um dos motivos pelos quais o banco escolheu instalar um centro de atendimento aos clientes na comunidade foi justamente levar empregos a uma área densamente habitada.

Entre os profissionais que trabalham no centro de atendimento há mães que podem ficar perto de seus filhos e não precisam se deslocar para trabalhar.

Esse é o caso de Sâmela Jesus dos Santos, 24. "Antes (de ser recrutada para o centro de atendimento) eu trabalhava como trancista (fazia tranças de cabelo), mas não era todos os dias que tinha cliente, e com filho tenho uma responsabilidade maior. Sei que, se acontecer algo com meu filho, eu estarei por perto, e isso é algo me motiva mais, vou chegar (em casa) e ele vai estar acordado, é um alívio saber que vou poder curtir", afirma.

José Anastácio Neto, 24, um outro funcionário do G10 Atende, saiu de Timbaúba, no Pernambuco, e está em Paraisópolis há três anos. Nesse tempo, teve outros empregos, sempre fora dali. Agora, ele trabalha a 500 metros de casa. O plano dele é usar o tempo que ganhou no deslocamento para voltar a estudar - até a pandemia de covid-19, ele cursava administração.

A iniciativa é fruto de uma colaboração do PagBank com a multinacional de atendimento ao cliente Konecta e com o G10 Favelas, um grupo de líderes de 10 comunidades do Brasil. O G10 Atende funciona dentro de um pavilhão da fundação em Paraisópolis.

"O PagBank tem uma vertical muito forte de ESG (políticas ambientais, sociais e de governança) e, quando conhecemos o G10, vislumbramos a possibilidade de termos um call center dentro da comunidade, o que permitiria dar emprego para as pessoas. Antes disso, é preciso dar treinamento de capacitação e desenvolvimento para promover o engajamento para que isso esteja conectado ao nosso objetivo de oferecer o melhor serviço para os nossos clientes", diz Vasconcelos, do PagBank.

Gilson Rodrigues, presidente do G10 Favelas, disse que o plano de abrir a central em Paraisópolis começou há quatro anos, mas foi adiado pela pandemia. A adesão dos moradores ao projeto foi grande, segundo Rodrigues. "A comunidade de Paraisópolis é muito participativa e envolvida nos projetos locais."

Durante o discurso no evento de inauguração do G10 Atende, ele afirmou que as pessoas de Paraisópolis precisam ter orgulho de ser do lugar, e que iniciativas como essa contribuem para isso.

Um dos presentes na estreia do centro de atendimento foi o CEO global da Konecta, Nourdine Bihmane, que também participou da cerimônia. Essa foi a primeira vez que o executivo veio ao Brasil (a sede da empresa fica em Madri, na Espanha).

A empresa está em 26 países e, em alguns deles, como Peru e Colômbia, a Konecta já tem centros de atendimento em regiões parecidas com Paraisópolis. Os resultados são bons, afirma Birmane.

Uma das vantagens, explica o executivo, é que o fato de o emprego ser próximo das pessoas o torna mais atraente, e isso faz com que bons candidatos se interessem pela vaga. "Capturamos o talento onde ele está", diz.

"Nós somos uma empresa de serviços, e se os profissionais estão felizes, o atendimento é melhor, a interação com o cliente é melhor, as métricas são melhores".

Arilda Vasconcelos lembra que o PagBank começou "democratizando os meios de pagamento entre pequenos empreendedores, um segmento que as empresas da época não atendiam", e diz que há uma conexão forte entre a empresa e pessoas de Paraisópolis e de outras comunidades que formam o G10 Favelas.

A instalação do centro de atendimento na comunidade é a realização de um sonho: "É algo sólido que promove trabalho e emprego, espero que seja o começo de algo maior que está por vir", finaliza.

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