Harvey Weinstein se declara inocente de novas acusações de agressão sexual
Harvey Weinstein, o outrora todo-poderoso produtor de Hollywood que cumpre pena por estupro, se declarou, nesta quarta-feira (18), inocente de uma nova acusação por agressão sexual em um tribunal de Manhattan, onde será julgado novamente nas próximas semanas.
Submetido a uma cirurgia cardíaca na semana passada, Weinstein, de 72 anos, compareceu ao tribunal visivelmente debilitado, para ouvir as novas acusações contra ele e que se somam a uma longa lista de indiciamentos desde 2017 pelos quais já tinha sido julgado em Nova York e Los Angeles.
A nova acusação foi decidida por um grande júri, um procedimento no qual os jurados - cidadãos anônimos - participam da investigação juntamente com os promotores.
O procurador do distrito de Manhattan, Alvin Bragg, acusou Weinstein de "agredir sexualmente uma mulher em um hotel no sul de Manhattan em uma única ocasião entre 29 de abril e 6 de maio de 2006", segundo um comunicado.
"Graças a essa sobrevivente, que testemunhou corajosamente, Harvey Weinstein agora é acusado de uma nova suposta agressão sexual violenta", disse o procurador.
A queda do então todo-poderoso produtor de cinema causou comoção em todo o mundo, liberando as vozes de muitas vítimas e trazendo à tona a violência sexual e de gênero contra as mulheres.
O ex-chefe dos estúdios Miramax será julgado novamente em Nova York depois que um tribunal de apelação revogou, no final de abril, sua condenação de 2020 pelo estupro de uma atriz, Jessica Mann, em 2013, e pela agressão sexual de uma assistente de produção, Mimi Haleyi, em 2006.
Esse surpreendente revés foi considerado uma afronta e um retrocesso para o movimento #MeToo.
Inicialmente, a data para o novo julgamento foi fixada para 12 de novembro, mas a promotoria considerou essa data "pouco realista" nesta quarta-feira.
O juiz Curtis Farber marcou uma nova audiência processual para 2 de outubro, segundo um jornalista da AFP presente na sala.
Mais de 80 mulheres acusaram Harvey Weinstein de assédio, agressão sexual ou estupro, entre elas Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Ashley Judd.
Apesar da anulação da condenação do tribunal de Manhattan, Weinstein continua preso na penitenciária de Rikers Island, em Nova York, já que deve cumprir outra sentença de 16 anos, também por estupro, imposta por um tribunal da Califórnia, decisão da qual sua defesa apelou.
arb-nr/af/atm/mvv/am
© Agence France-Presse
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