Copom sobe Selic pela 1ª vez desde 2022, e taxa vai a 10,75% ao ano
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (18) aumentar a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, em 0,25 ponto percentual, de 10,5% ao ano para 10,75% ao ano. Esta é a primeira alta da taxa desde agosto de 2022.
Justificativas da decisão
O aumento da Selic foi unânime. No comunicado divulgado após o fim de sua reunião, o Copom afirma que o cenário atual é marcado pela "resiliência na atividade [econômica], pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, demanda uma política monetária mais contracionista". O Copom afirma que a decisão é compatível com a estratégia da autoridade monetária para que a inflação atinja a meta.
O cenário externo continua desafiador. O Copom afirma que os bancos centrais das principais economias mundiais estão determinados a garantir que as inflações fiquem dentro de suas metas e que há uma menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, o que exige cautela por parte de países emergentes. Hoje, o Fed (Federal Reserve), banco central dos Estados Unidos, decidiu cortar os juros em 0,5 ponto percentual, para o intervalo entre 4,75% e 5% ao ano.
No Brasil, os indicadores econômicos apresentam "dinamismo maior do que o esperado", segundo o Copom. Dentre os pontos de atenção para uma possível alta da inflação, estão uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; uma maior resiliência na inflação de serviços e uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, como uma depreciação do real.
O BC não sinalizou como deve se comportar na próxima reunião, marcada para novembro. O Copom afirma que o ritmo de ajustes futuros será definido de acordo com a evolução da dinâmica da inflação.
Na ata da última reunião, no início de agosto, BC havia sinalizado que poderia aumentar a taxa. "O Comitê avaliará a melhor estratégia: de um lado, se a estratégia de manutenção da taxa de juros por um tempo suficientemente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante; de outro lado, o Comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado", disse o Copom no comunicado.
No dia 24/09, comitê divulga a ata da reunião. Nesse documento, o Copom vai dar mais detalhes das discussões que levaram à decisão e de sua visão acerca da economia.
Impactos na economia
A Selic é chamada de taxa "básica" porque serve como referência para outros juros do mercado, como os cobrados em empréstimos e financiamentos. Juros menores deixam o crédito mais barato, favorecendo o consumo; quando estão mais altos, o efeito é o contrário.
Os juros também afetam a geração de empregos. Quando a taxa está alta, o custo de operação de uma empresa é maior, o que desestimula investimentos e contratações. À medida que a Selic cai, empresários ficam mais dispostos a tomar riscos e crédito para crescer e, consequentemente, gerar empregos.
A Selic influencia ainda nos investimentos financeiros. Com juros baixos, as aplicações de risco, como ações, tendem a ser mais buscadas. Os juros altos favorecem produtos de renda fixa, como títulos do Tesouro, CDB e LCI.
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