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Vidro à prova de coronhada? Vídeo de blindagem de carro viraliza nas redes

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Imagem: Reprodução
do UOL

Wandick Donett

Colaboração para o UOL

17/09/2024 05h30

A segurança veicular é uma preocupação crescente em meio ao aumento de ocorrências de violência urbana. Vidros blindados podem até ser uma solução eficaz para proteger os ocupantes de veículos. Mas o que acontece quando ele enfrenta a força bruta de uma coronhada?

Um vídeo que viralizou nas redes sociais mostra um ladrão armado tentando quebrar o vidro de um carro para assaltar o motorista, que não abriu o veículo. Dá para notar que o carro é blindado, mas o bandido tenta destruir a janela com coronhadas de um revólver. Ela, no entanto, só quebra na parte mais superficial externa.

Fabio Henriques, policial federal e instrutor de defesa pessoal, alerta que se deve ficar bem atento ao mercado de veículos blindados.

"Uma grande parte dessa frota, devido ao uso frequente e principalmente a alagamentos nas cidades, não oferece mais a proteção prometida, algo que deve ser levado em consideração ao escolher um veiculo seminovo. As condições e a procedência da blindagem são fundamentais. É importante que esses fatores sejam verificados. É a sua vida e a de sua família que estão em risco", afirmou.

Marcelo Silva, presidente da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), explica que na blindagem automotiva, a área transparente, ou seja, os vidros, são modificados. A proteção é formada por uma espécie de pacote de sanduíche.

Dependendo do fabricante, são utilizadas diversas lâminas de vidros intercaladas com polímeros como o polivinil butiral, poliuretano, poliéster e policarbonato. É essa composição dos materiais em conjunto com o vidro que torna a blindagem eficiente, protegendo os ocupantes do veículo contra disparos de arma de fogo.

"Com relação aos trincos e rachaduras do vidro provocados pela pancada que os criminosos deram, isso é normal, afinal, trata-se de um vidro, que com uma pedrada ou um choque como esse pode ser danificado. Agora, deve-se destacar que o dano causado no vidro, que é normal numa situação como essa, não prejudicou a blindagem, de modo que ela foi eficaz na proteção dos ocupantes do veículo, após as coronhadas e o disparo efetuado pelo criminoso, cumprindo o seu objetivo de preservação de vidas", opinou.

Vale aqui uma ressalva, lembrada pelo executivo: "a blindagem automotiva dá a proteção e calma para que o motorista possa fugir da zona de perigo sem que seja alvejado dentro do carro. Jamais é recomendada qualquer outro tipo de reação que não seja a saída emergencial da situação de perigo para local mais seguro", afirma o presidente da Abrablin.

Guilherme Casellato, diretor industrial da Carbon Blindados, afirma que "se alguém utilizar um martelo, a ponta de uma arma ou a coronha de um revólver ou pistola contra o vidro do lado externo, pode realmente ocorrer a trinca do vidro, conforme demonstrado nas imagens, mas isso de forma alguma compromete a segurança do veículo".

"Mesmo com a lâmina externa danificada por esse tipo de ação, os ocupantes ainda estão seguros. O vidro continua a resistir a disparos, caso ocorram. No final do vídeo é possível ver que são realizados disparos em direção ao veículo que não atingem os vidros, por isso é essencial garantir que não apenas os vidros são seguros, mas toda a blindagem do habitáculo do veículo", opinou.

A blindagem simples de um automóvel custa atualmente a partir de R$ 50 mil. A resistência balística suporta apenas armamentos com calibres entre 22 e 38 mm, de acordo com Exército Brasileiro, que certifica a qualidade do produto. No 1º semestre de 2024, foram blindados 20.090 carros no Brasil.

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