Netanyahu inclui a frente libanesa entre os objetivos de guerra do governo israelense
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta terça-feira (17) que o retorno dos civis do norte do país, deslocados pelos combates com o movimento Hezbollah na fronteira com o Líbano, é uma das prioridades de seu governo, além da guerra contra o Hamas.
Na segunda-feira, o líder do Hamas, Yahya Sinwar, afirmou que o movimento islamista palestino está preparado "para uma longa guerra de desgaste" em Gaza, com o apoio de seus aliados regionais.
"O gabinete político e de segurança atualizou os objetivos da guerra para incluir o seguinte item: o retorno seguro dos habitantes do norte para suas casas", anunciou o gabinete do chefe de Governo israelense em um comunicado.
Desde o ataque do Hamas e o início da ofensiva em outubro do ano passado, a região da fronteira com o Líbano é cenário de trocas de agressões quase diárias entre as tropas israelenses e o movimento islamista libanês pró-Irã Hezbollah, com o risco de virar uma guerra em grande escala.
A violência deixou 623 mortos no Líbano, a maioria combatentes, mas também 141 civis, segundo um balanço da AFP.
Em Israel, incluindo a zona anexada das Colinas de Golã, as autoridades informaram as mortes de pelo menos 24 soldados e 26 civis desde outubro.
O Hezbollah reivindicou na segunda-feira "dezenas" de ataques contra posições israelenses, enquanto o Exército de Israel anunciou que atingiu alvos "terroristas" no Líbano.
Nesta terça-feira, um ataque israelense em Blida, na fronteira sul do Líbano, matou três pessoas, segundo as autoridades libanesas. O Exército de Israel, no entanto, anunciou que matou integrantes do Hezbollah.
- "A ação militar é o único recurso" -
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou que a "ação militar é o único recurso para garantir o retorno das comunidades do norte de Israel para suas casas".
O vice-comandante do Hezbollah, Naim Qassem, declarou no sábado que o grupo "não tem a intenção de entrar em guerra", mas que se Israel "provocar uma, haverá grandes perdas dos dois lados".
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, afirmou em uma carta enviada aos aliados huthis iemenitas que os "esforços combinados" entre os grupos de "resistência" no Líbano, Iraque e Iêmen "quebrarão o inimigo e lhe infligirão uma derrota".
- "Nada justifica o castigo coletivo" -
A guerra começou em 7 de outubro do ano passado com o ataque do Hamas ao sul de Israel, que matou 1.205 pessoas, na maioria civis, segundo um balanço da AFP com base em números oficiais israelenses.
Dos 251 sequestrados durante a incursão islamista, 97 continuam em cativeiro no território palestino, dos quais 33 foram declarados mortos pelo Exército israelense.
Os bombardeios e combates israelenses destruíram grande parte da Faixa de Gaza, causando a morte de pelo menos 41.252 palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde desse território governado pelo Hamas.
Em uma entrevista à AFP, o secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou na segunda-feira que "nada justifica o castigo coletivo" do povo palestino.
A Assembleia Geral da ONU debaterá a partir desta terça-feira um projeto de resolução palestino que exige o fim da ocupação dos territórios palestinos dentro de "12 meses", um texto que irritou Israel.
- Blinken no Egito -
Desde o início de setembro, o governo dos Estados Unidos intensificou os esforços para alcançar uma trégua em Gaza.
O porta-voz da diplomacia americana, Matthew Miller, defendeu uma "solução diplomática" para o conflito na fronteira norte com o Líbano.
Após meses de negociações sem sucesso para um cessar-fogo em Gaza, Washington tenta, ao lado do Catar e do Egito - os outros países mediadores - encontrar uma solução negociada.
Neste sentido, o Catar afirmou que prossegue com os esforços para tentar obter um cessar-fogo.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, viajará esta semana ao Egito para "falar sobre os esforços em curso para alcançar um cessar-fogo", anunciou a diplomacia dos Estados Unidos.
ac-csp/pc/jvb/dbh/arm/mmy/zm/fp/aa
© Agence France-Presse
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.