Israel atualiza metas de guerra e destino do ministro da Defesa é incerto
Por Maayan Lubell
JERUSALÉM (Reuters) - Israel acrescentou na terça-feira o retorno seguro de cidadãos às suas casas perto da fronteira com o Líbano aos seus objetivos formais de guerra, em meio a relatos de que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu planeja substituir seu ministro da Defesa por um rival mais agressivo.
O gabinete de Netanyahu disse que ele expôs o objetivo de guerra em uma reunião noturna do gabinete de segurança.
Dezenas de milhares de pessoas foram deslocadas de cidades e vilarejos em ambos os lados da fronteira devido às trocas de disparos quase diárias entre as forças israelenses e o libanês Hezbollah.
O Hezbollah, apoiado pelo Irã, abriu uma segunda frente contra Israel um dia depois que a guerra na Faixa de Gaza começou com um ataque do grupo militante palestino Hamas contra Israel em 7 de outubro, e os combates na fronteira entre Israel e Líbano aumentaram desde então.
"O gabinete de segurança atualizou os objetivos da guerra para incluir o seguinte: retorno dos residentes do norte com segurança para suas casas. Israel continuará a agir para implementar esse objetivo", informou um comunicado do gabinete de Netanyahu.
Israel disse que prefere uma solução diplomática que faria com que o Hezbollah se afastasse mais da fronteira.
No entanto, o Hezbollah, que também alega querer evitar um conflito total, afirma que somente o fim da guerra em Gaza acabará com os combates. Os esforços para o cessar-fogo em Gaza estão em um impasse após meses de negociações mediadas por Catar, Egito e Estados Unidos.
Logo após o término da reunião do gabinete de segurança, as emissoras israelenses informaram que Netanyahu e Gideon Saar estavam próximos de finalizar um acordo que levaria Saar a substituir Yoav Gallant como ministro da Defesa.
Saar, ex-ministro da Justiça, tem criticado as políticas de guerra do governo nos últimos meses, dizendo que deveria tomar mais a iniciativa e agir de forma decisiva contra os inimigos de Israel, inclusive o Irã.
Saar tem criticado o acordo com o Hamas para pôr fim ao conflito em Gaza, enquanto Gallant tem pressionado por uma trégua que incluiria a troca de reféns israelenses em Gaza por prisioneiros palestinos.
Netanyahu estaria fortalecendo sua posição política ao adicionar a facção de quatro assentos de Saar à sua coalizão, pois ficaria menos dependente de cada um de seus outros parceiros.
(Reportagem de Maayan Lubell e Ari Rabinovitch)
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