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Estudo encontra 3.600 substâncias químicas no corpo provenientes de utensílios de cozinha e embalagens

17/09/2024 10h57


A imprensa francesa destaca nesta terça-feira (17) a publicação de dois estudos de saúde pública. Um deles mostra quanto o Estado francês gasta para despoluir a água e tratar as doenças geradas pelo uso de pesticidas na agricultura. A outra pesquisa aponta a toxicidade de moléculas contidas em utensílios de cozinha e embalagens de alimentos para o organismo humano.

Segundo reportagem do portal de notícias FranceInfo, as consequências de uma alimentação de má qualidade, seja industrializada com acréscimo de aditivos e conservantes ou preparada com produtos contaminados por agrotóxicos, custa caro aos cofres públicos franceses. O sistema de saúde pública gasta € 12 bilhões por ano no tratamento de doenças como câncer de próstata, diabetes e obesidade, muitas vezes decorrentes do consumo de uma alimentação pouco saudável ou contaminada. Além dessa despesa que poderia ser parcialmente evitada, o Estado francês ainda gasta € 1,5 bilhão por ano na despoluição da água de rios e riachos contaminados por agrotóxicos.

O Le Monde detalha os resultados de um estudo publicado em um jornal científico americano especializado em epidemiologia ambiental em saúde (Journal of Exposure Science and Environmental Epidemiology). De acordo com pesquisadores de dois institutos suíços e da Universidade Wayne, de Detroit, nos Estados Unidos, pelo menos 3.601 substâncias químicas, algumas delas perigosas para a saúde, encontradas no organismo humano provêm de utensílios de cozinha e embalagens de alimentos fabricados com os chamados "poluentes eternos" e outras moléculas nocivas. 

Embalagens

Entre as substâncias mais perigosas encontradas em embalagens estão o bisfenol A, que continua presente nos plásticos usados para embalar garrafas de água mineral, várias unidades de latas de conservas ou de bebidas, explica ao Le Monde uma das coautoras do estudo, Jane Muncke, do Food Packaging Forum.

Atualmente, a União Europeia elabora um projeto de regulamentação dessas embalagens, mas mesmo que seja adotado rapidamente, prevê períodos de transição de pelo menos três anos. Nesse meio-tempo, as pessoas continuarão a ser expostas ao bisfenol A em embalagens que entram em contato com alimentos. 

Entre outras substâncias preocupantes que migram para o corpo, os cientistas apontam os ftalatos - um conjunto de substâncias capazes de transformar plásticos rígidos em plásticos maleáveis -, também usados em garrafas de água, tintas de impressão de potes de comida para bebês, resinas de talheres de plástico e os "Pfas", sigla para "per e polifluoralquiladas", encontrados em panelas antiaderentes, formas de muffin ou embalagens de fast food, como caixas de hambúrguer, cones de batata frita ou pipoca e canudos; assim como tigelas ou pratos feitos à base de fibras vegetais.

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