Composição da nova Comissão Europeia não consegue respeitar promessa de paridade
Após semanas de batalhas políticas, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou nesta terça-feira (17) o novo grupo de comissários do bloco. Apesar das promessas, a nova comissão não conseguiu respeitar o princípio de paridade e deve ser composta por 40% de mulheres. Os nomes propostos pela líder conservadora alemã ainda terão que passar por audiências com os eurodeputados e por uma votação de aprovação antes de assumirem suas funções.
Von der Leyen, reeleita para o segundo mandato como presidente do Executivo da União Europeia (UE), apresentou sua lista de comissários - um para cada um dos 27 Estados-membros no Parlamento Europeu em Estrasburgo, leste da França. A composição do novo Executivo é um exercício delicado, pois deve refletir o peso de cada Estado-membro e os equilíbrios políticos internos de Bruxelas.
A presidente da Comissão, que compôs em 2019 uma comissão totalmente paritária pela primeira vez na história, afirmou que desta vez as propostas iniciais dos 27 Estados-membros atribuíam às mulheres apenas 22% dos cargos no Executivo da UE. "Era completamente inaceitável", disse a alemã, antes de destacar que "resta muito trabalho por fazer".
O novo colégio proposto inclui 16 homens e 11 mulheres. As possíveis futuras comissárias representam, assim, 40% do grupo, número abaixo da paridade desejada por Von der Leyen. Para tentar corrigir a situação, quatro das seis vice-presidências foram atribuídas às mulheres.
Personalidades fortes
Entre os nomes que se destacam estão o de Kaja Kallas, ex-primeira-ministra da Estônia, que já foi nomeada pelos líderes nacionais da União Europeia para ser a chefe da diplomacia do bloco e suceder ao espanhol Josep Borrell. Crítica feroz da Rússia, ela chegou a ser incluída em uma lista de pessoas procuradas por Moscou. Ela deve ocupar uma das seis vice-presidências da Comissão, sendo responsável também pelas políticas de segurança.
Outro nome de peso anunciado é o da atual ministra da Transição Ecológica da Espanha, Teresa Ribera. Essa ambientalista de longa data é conhecida por suas capacidades de negociação e experiência em questões climáticas. Figura de confiança do presidente do Governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, Ribera foi proposta para chefiar esta mesma pasta, com o cargo de vice-presidente, tendo o objetivo de promover uma transição "limpa, justa e competitiva".
A espanhola é contrária à energia nuclear e entusiasta do Acordo Verde da UE, o plano ambicioso do bloco para alcançar a neutralidade carbônica até 2050. Durante seu mandato na Espanha, ela promoveu o desenvolvimento do hidrogênio verde.
Já um nome que divide é o de Raffaele Fitto, ministro italiano dos Assuntos Europeus e membro partido Irmãos da Itália da primeira-ministra da extrema direita, Giorgia Meloni. Ele é considerado um dos membros mais moderados do governo italiano, mas é criticado no centro e na esquerda do conselho político europeu. Von der Leyen o propõe como vice-presidente executivo de Coesão e Reformas, pasta responsável pelo desenvolvimento das regiões menos favorecidas do bloco.
A chefe do governo italiano tem pressionado nas últimas semanas para que seu país tenha uma pasta de alto nível no colégio de comissários e, assim, expanda o seu peso político na UE.
(Com agências)
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