Sangue encontrado em carro é de funcionária da Apae, confirma laudo
O sangue encontrado no carro onde a funcionária da Apae de Bauru (SP) foi vista pela última vez é dela. A conclusão do laudo foi confirmada ao UOL nesta segunda-feira (16) pelo delegado Cledson do Nascimento.
O que aconteceu
O resultado do laudo, emitido na sexta-feira (13), reforça o assassinato, segundo o delegado. "É uma prova técnica da materialidade do crime de homicídio, não um mero desaparecimento", disse.
A polícia ainda tenta confirmar que os fragmentos de ossos encontrados em um local onde o corpo teria sido queimado são de Cláudia Regina da Rocha Lobo. Também está em andamento a confirmação do DNA de Roberto Franceschetti Filho, presidente da Apae Bauru, principal suspeito de ter cometido o assassinato, na cena do crime. Ele segue preso temporariamente.
A principal hipótese é de que a morte tenha relação com questões financeiras, disse ao UOL o delegado Cledson do Nascimento, no mês passado. "O próprio Roberto indicou que ele estava fazendo retiradas de valores da instituição e repassando para ela. Temos informações também que ela que o indicou como presidente", disse. A investigação aponta fortes indícios de que o assassinato ocorreu em meio a um "rombo" no caixa da Apae, má gestão da entidade e conflitos de interesse entre os dois.
Imagens de uma câmera de segurança em Novo Jardim Pagani deram "rumo decisivo para a investigação", diz polícia. O vídeo mostra Cláudia deixando o banco de motorista e indo para o banco de trás, onde foi encontrada a maior quantidade de sangue no carro, enquanto Roberto assume o volante.
O presidente da Apae teria dado um tiro na secretária pouco depois de trocarem de lugar no carro. Outras câmeras de segurança mostram Roberto seguindo pela Rodovia Cezário José de Castilho para se desfazer do corpo, de acordo com a investigação.
Roberto indicou onde descartou corpo, segundo Polícia Civil de São Paulo. Em uma conversa preliminar com os policiais, após ser preso temporariamente no dia 15, o suspeito teria indicado que jogou o corpo da vítima em um local onde a Apae incinera papéis e outros materiais. A geolocalização e movimentação do celular dele indicaram que o presidente da entidade passou pelo local.
Porém, em depoimento formal no dia 19, o presidente da entidade negou o crime. Ele disse que apenas levou Cláudia para entregar uma quantia no bairro Mary Dota e, depois, ela o deixou na Avenida Nuno de Assis.
Defesa de Roberto nega que cliente tenha confessado crime de maneira "formal e muito menos informal". O advogado Leandro Pistelli disse que o cliente nega o crime, e argumenta também que, embora a polícia tenha coletado "fragmentos de ossos" ainda não há "qualquer laudo ou perícia" que os tenha identificado como sendo de Cláudia.
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