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"Israel não estará seguro", diz Hamas ao celebrar ataque com míssil dos rebeldes houthis no país

15/09/2024 10h45

O grupo palestino Hamas celebrou neste domingo (15) o ataque com mísseis coordenado pelos rebeldes houthis, do Iêmen, ao centro de Israel, dizendo que o país "não estará seguro até que pare a sua agressão" na Faixa de Gaza.

"Consideramos que isso é uma resposta natural à agressão contra o nosso povo palestino. Afirmamos que o inimigo sionista não estará seguro até que cesse a sua agressão brutal contra o nosso povo na Faixa de Gaza", afirmou o movimento islâmico, em uma declaração.

Os houthis do Iêmen assumiram a responsabilidade por um ataque com mísseis neste domingo no centro de Israel, que não causou vítimas. O grupo prometeu outros ataques em solidariedade aos palestinos. Aliados do Irã, os houthis lançaram um novo míssil hipersônico que percorreu 2.040 quilômetros em apenas 11,5 minutos, disse o porta-voz do exército Houthi, Yahya Saree.

Sirenes de alerta aéreo soaram em Tel Aviv e em todo o centro de Israel momentos antes do impacto, por volta de 06h35 pelo horário local (23h35 no Brasil), obrigando os moradores a se abrigarem. Estrondos foram ouvidos na região. O exército acredita que o barulho tenha vindo do sistema de interceptação de mísseis israelense.

Inicialmente, o exército declarou que o míssil tinha caído em uma área aberta, sem deixar feridos, antes de afirmar que provavelmente ele havia sido neutralizado no ar. Detritos caídos em campos e perto de uma estação ferroviária seriam do sistema de interceptação de mísseis.

Uma fumaça escura foi vista numa área rural, no centro de Israel. Não se sabe se o fogo foi iniciado pelo míssil ou por escombros, segundo afirmou uma testemunha à agência Reuters.

Netanyahu reage

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alertou os houthis sobre represálias pelo ataque. "Esta manhã, os houthis lançaram um míssil superfície-superfície do Iêmen para o nosso território. Eles deveriam saber que nós fazemos pagar um preço alto por qualquer tentativa de nos prejudicar", disse Netanyahu, em uma reunião de gabinete, conforme um comunicado do governo israelense.

"Eles podem refrescar a memória sobre este assunto ao visitar o porto de Hodeida", acrescentou o premiê, referindo-se ao porto iemenita atacado por aviões militares israelenses, após uma investida com um drone houthi em Tel Aviv, que matou um civil.

Em julho, os houthis do Iêmen dispararam um drone de longo alcance em Tel Aviv, matando um homem e ferindo quatro pessoas. Este ataque levou Israel a levar a cabo uma vasta operação de ataques aéreos contra alvos militares dos houthis perto do porto de Hodeida, no Iêmen, matando pelo menos três pessoas e deixando 87 feridos.

Os houthis, que controlam grandes áreas do Iêmen, fazem parte do chamado "eixo de resistência", que reúne outros aliados do Hamas palestino, como grupos iraquianos e o poderoso Hezbollah libanês, que tem trocado tiros regularmente na fronteira com Israel. 

De acordo com um comunicado dos militares israelenses, neste domingo, cerca de 40 projéteis foram disparados do Líbano para a Alta Galiléia e as Colinas de Golã, áreas anexadas por Israel. Milhares de pessoas foram deslocadas em ambos os lados da fronteira Israel-Líbano devido aos combates.

Netanyahu ainda afirmou, neste domingo, que a situação atual não pode continuar. "Faremos o que for necessário para levar nossos residentes para casa em segurança", disse ele. "Estamos travando uma campanha de múltiplas frentes contra o eixo do mal do Irã que procura nos destruir", concluiu.

(Com AFP)

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