Tarcísio no lugar de Bolsonaro, TV e rua explicam avanço de Nunes em SP
Aliados de Ricardo Nunes (MDB) afirmam que ele tem se beneficiado da exposição na TV, da campanha na rua e da proximidade com Tarcísio de Freitas (Republicanos). O prefeito cresceu no Datafolha e alcançou 27% das intenções de voto em São Paulo)
O que aconteceu
Governador substituiu ex-presidente como principal cabo eleitoral do prefeito. Com aprovação em alta em todo o estado, Tarcísio se engajou em eventos públicos com Nunes nos últimos dias. Já Bolsonaro (PL) ficou distante do prefeito no ato de 7 de setembro e mesmo sua participação no programa de TV de Nunes não tem data certa para acontecer.
Campanha de Nunes aguardava pesquisa para avaliar impacto do horário eleitoral. O prefeito detém o maior tempo de TV entre todos os candidatos na disputa (mais de seis minutos — 65% do total) e cresceu cinco pontos percentuais na pesquisa divulgada nesta quinta (12) em relação ao levantamento anterior, publicado no dia 5.
Interlocutores de Nunes afirmam que a TV e o rádio estão surtindo efeito entre os mais pobres. O entorno do prefeito destaca a importância das inserções dele ao longo da programação na televisão — vistas como mais importantes que o programa eleitoral. "Não dá nem tempo de mudar de canal", disse um dos ouvidos pela reportagem.
Ataques de Nunes a Marçal no horário eleitoral surtiram efeito. Embora haja dúvidas de quanto da oscilação negativa do candidato do PRTB nas pesquisas possa ser atribuída às críticas e quanto é reflexo do esgotamento da estratégia do ex-coach, é consenso entre os apoiadores de Nunes que ter subido o tem contra o rival na TV deu o resultado esperado.
Estratégia foi testada primeiro no rádio. Segundo aliado de Nunes, uma inserção que indicava aos eleitores que buscassem na internet sobre Marçal e PCC provocou um pico no Google. Até então, havia dúvida do quanto a propaganda eleitoral seria mais forte que as redes sociais nesta eleição.
Em 27 dias de campanha, Nunes foi a 60 localidades diferentes nas quatro zonas da cidade. O único candidato que se aproxima da marca é Guilherme Boulos (PSOL), que foi a 57 bairros. Tabata Amaral, do PSB (27), Marçal (22) e Datena, do PSDB (13) circularam menos pela cidade.
Queda na rejeição é destacada por correligionários do prefeito. O indicador caiu de 21% para 19% no Datafolha. A tendência já havia sinalizada pela sondagem feita pela Quaest divulgada na quarta (11), assim como o aumento da rejeição de Marçal, que chegou aos 44% no Datafolha. Os dois disputam o voto da direita.
Avaliação de Nunes como prefeito também melhorou. Cresceu de 26% para 31% a fatia de eleitores que consideram sua gestão boa ou ótima.
Campanha avalia ainda que crescimento de Nunes se deve a maior divulgação de obras executadas na sua administração. Para Baleia Rossi (MDB), coordenador-geral da campanha e deputado federal, o tempo de TV teve impacto positivo. "Ricardo cresce à medida que seu governo é mais conhecido. Nesse caso, a campanha da TV tem sido muito importante, porque é um veículo que mostra mais a realidade que as redes sociais, do mundo virtual."
Campanha planeja novas estratégias
Pesquisas mais recentes inauguram nova fase em campanhas O UOL apurou que a equipe de Nunes deve esperar ações de concorrentes para avaliar estratégias. Um dos articuladores disse que "a bola está nos pés" dos adversários e que agora Nunes teria um pouco mais de conforto na disputa.
Haverá uma definição em relação à ofensiva contra Boulos. Também serão discutidos os motivos que levaram ao recuo de Marçal no Datafolha. A equipe quer apurar há relação com as inserções da campanha, principalmente no rádio, ou se houve um esgotamento no potencial de crescimento do ex-coach.
Campanha de Nunes já passou por diferentes fases, segundo aliados. A primeira teria sido "mais neutra" e com a divulgação das obras de Nunes, depois o mote se transformou na desconstrução de Marçal. Agora, a equipe avalia como fará o enfrentamento aos dois principais adversários.
Subi cinco pontos e reduzi a minha rejeição. O outro candidato [Marçal] até subiu quatro pontos, mas aumentou a rejeição.
Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, sobre pesquisa Quaest em Perus na quarta (11)
Não é questão de ser cabo eleitoral, mas de mostrar para a sociedade o que a parceria entre governo do estado e prefeitura tem dado de resultado. A harmonia entre esses entes numa cidade do tamanho de São Paulo é fundamental.
Tarcísio de Freitas (Republicanos), em caminhada com Nunes em Perus na quarta (11)
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