Lula cobra órgão na ONU 'com autoridade' para enfrentar mudança climática
O presidente Lula (PT) cobrou que um órgão internacional "com autoridade" faça a gerência global no enfrentamento às mudanças climáticas em discurso enviado à ONU (Organização das Nações Unidas) nesta quinta (12).
O que aconteceu
Lula tem insistido nessa ideia no último mês. Dar mais legitimidade aos órgãos que tratam do tema deverá ser um dos pontos de debate apresentados pelo Brasil na cúpula do G20, a reunião das 20 maiores economias do mundo, no Rio de Janeiro, em novembro.
"O enfretamento da mudança do clima demanda órgãos com autoridade para promover implementação os compromissos assumidos", disse o presidente, em vídeo enviado para chamar ao encontro "Summit of the Future", que debate desenvolvimento sustentável, no dia 22.
Lula cobrou também maior participação dos países em desenvolvimento neste debate. "Gostaríamos que todos fossem à cúpula do futuro com ambição de promover reformas efetivas. O Conselho de Segurança [da ONU] precisa ampliar sua composição nas duas categorias de membros: permanentes e não permanentes", disse.
É uma luta antiga. Lula tem cobrado o aumento do Conselho de Segurança, que tem os mesmo cinco membros permanentes desde a sua criação, desde que voltou ao cargo. "Há mais de 20 anos temos falado sobre reforma a governança global. Chegou a hora de agir", disse.
Também deu uma cutucada nas ações da ONU. "Assim como acontece com qualquer criança que cresce e amadurece, as roupas que vestimos em 1945 [data de criação da ONU] já não nos cabem mais", disse. Ele tem repetido esta crítica quando fala do papel da organização no gerenciamento das guerras atuais, que julga ineficiente.
Emergência climática
Com recorde de queimadas, o clima virou a principal preocupação do governo. Em agosto, o Brasil registrou 68 mil focos de calor, segundo dados do Programa de Queimadas do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) — o maior número para o mês desde 2010 e 145% a mais que no mesmo mês no ano passado.
Neste ano, a Amazônia queimou três Sergipes. De 1º de janeiro a 1º de setembro de 2024, foram queimados 6.718.025 hectares na Amazônia, segundo o governo federal. Ao todo, até a última semana, foram registrados 189 incêndios: só 38 foram extintos e 158 seguem ativos, 76 deles de forma controlada.
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