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Dólar oscila pouco com dados dos EUA e decisão do BCE em linha com o esperado

12/09/2024 09h10

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar oscilava pouco frente ao real nesta quinta-feira, acompanhando a baixa volatilidade da moeda norte-americana em mercados emergentes, à medida que investidores analisam dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos e a decisão de política monetária do Banco Central Europeu, ambos em linha com o esperado.

Às 10h30, o dólar à vista subia 0,17%, a 5,6592 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 0,45%, a 5,653 reais na venda.

Na quarta-feira, o dólar à vista fechou em leve baixa de 0,10%, cotado a 5,6498 reais.

Nesta manhã, investidores voltavam suas atenções para eventos econômicos no exterior, em busca de sinais sobre a trajetória de juros de bancos centrais de economias importantes, como o Federal Reserve e o BCE.

O Departamento de Trabalho dos EUA informou que os pedidos iniciais de auxílio desemprego na semana encerrada em 7 de setembro ficaram em 230.000, em linha com o esperado e pouco acima dos 228.000 pedidos da semana anterior, ante 227.000 anunciados anteriormente.

Os dados de auxílio-desemprego têm recebido atenção especial dos mercados em meio a mudança de foco do Fed para o esfriamento adicional do mercado de trabalho, uma vez que a inflação está desacelerando para sua meta de 2% e números recentes mostraram um enfraquecimento na abertura de novos postos de trabalho.

O resultado desta semana não alteraram as expectativas de operadores, que têm consolidado suas apostas em torno de um corte de 25 pontos-base nos juros do Fed na próxima semana. Eles veem essa redução com uma chance de 87%, patamar visto na véspera.

Na Europa, o foco estava em torno da decisão de política monetária do BCE, que realizou um novo corte de 25 pontos-base em sua taxa de juros, o que era amplamente esperado pelos investidores.

Em coletiva de imprensa após a reunião, a presidente do BCE, Christine Lagarde, não forneceu nenhuma indicação sobre o movimento do banco central em seu próximo encontro, em outubro.

"A reunião do BCE de hoje mostrou o que já se era esperado, autoridades seguindo o roteiro sem desviar do padrão de 'dependência dos dados'", disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

"No entanto, a revisão para baixo nas previsões de crescimento... reforça nossa visão para a reunião do Fed de setembro, em que um corte de menor magnitude deve ser acompanhado por uma revisão considerável nas projeções, o que apoiaria o argumento de um dólar mais fraco", completou.

Dessa forma, apesar de estar perdendo ante seus pares fortes, o dólar oscilava pouco frente a moedas emergentes, com variações de até 0,2% para cima ou para baixo contra o peso mexicano, o peso colombiano e o rand sul-africano.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,20%, a 101,580.

No cenário nacional, investidores se posicionavam para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), em 17 e 18 de setembro, em que se espera uma alta de 25 pontos-base na Selic, atualmente em 10,50% ao ano.

Nesta sessão, operadores colocavam 96% de probabilidade de tal movimento na próxima semana.

Quanto maior o diferencial entre os juros no Brasil e em economias fortes, como os EUA, melhor para o real, que se torna mais atraente para investimentos.

(Edição de Isabel Versiani)

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