Com a intenção de conquistar votos junto ao público evangélico, Pablo Marçal (PRTB) se mostra como rei Davi e espera a morte política de Jair Bolsonaro para assumir o protagonismo na direita, analisou João Cezar Castro Rocha, historiador e professor da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), no UOL News desta quinta (12).
Em meio à corrida eleitoral pela prefeitura de São Paulo, a disputa pelo voto evangélico se acirra. A campanha de Ricardo Nunes (MDB) resolveu atacar Marçal e explorar uma fala polêmica dele durante uma palestra antiga. Nela, o empresário debocha do Rei Salomão, um dos personagens mais antigos do Velho Testamento.
Vocês se deram conta de que Marçal está associando Bolsonaro ao rei Saul? É de uma inteligência perversa e assustadora, e certamente o público evangélico vai reagir. [O pastor] Silas Malafaia já está reagindo.
Antes de Davi, o rei era Saul, escolhido pelos homens. Davi é ungido por Deus. Saul constantemente desobedecia às ordens de Deus, sem grande capacidade de sacrifício e reverência maior ao Senhor. Davi, mesmo depois dos crimes que cometeu, continua sendo um ungido. Davi não se açoda em se tornar rei; ele aguarda a morte de Saul.
Viram a faixa que Marçal colocou na Avenida Paulista? Bolsonaro é o rei Saul; Marçal se apresenta como rei Davi, aquele que saberá esperar com paciência a morte política de Saul para que seja então o verdadeiro ungido. Esse é o grau de manipulação que Marçal realiza junto aos evangélicos. João Cezar Castro Rocha, historiador e professor da Uerj
Para Rocha, as polêmicas envolvendo Marçal ultrapassam o campo político e são casos para a Justiça resolver.
O sistema político por si mesmo não pode frear um candidato como Marçal. Bolsonaro sempre foi um parasita do sistema político, que depende da saúde do hospedeiro para sua sobrevivência. Há outro tipo de parasita, muito menos comum, mas mais letal: é aquele que sobrevive matando o hospedeiro. Ele suga até a última gota e, depois, muda para outro hospedeiro. Marçal, no sistema político, é o segundo tipo de parasita.
Não há conciliação possível. Não há compromisso a ser feito. As estratégias de Marçal representam uma desmoralização completa do processo eleitoral. Não se trata de um ou outro candidato; é o processo eleitoral como um todo. (...) Boa parte das estratégias de Marçal não faz parte do sistema político, mas da Justiça e da polícia. João Cezar Castro Rocha, historiador e professor da Uerj
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