EUA anunciam auxílio de R$ 4 bilhões à Ucrânia, que também receberá 'centenas de mísseis' do Reino Unido
Em visita a Kiev, na Ucrânia, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o secretário de Relações Exteriores britânico, David Lammy, anunciaram recursos financeiros e bélicos para o país, que está em guerra com a Rússia há mais de dois anos. O auxílio inclui US$ 717 milhões (R$ 4 bilhões) da parte dos Estados Unidos, e "centenas" de mísseis adicionais providos pelo Reino Unido.
Os recursos oferecidos pelos norte-americanos serão voltados para assistência econômica e humanitária na Ucrânia, incluindo novo suporte para a energia do país, que sofre com ataques da Rússia à sua infraestrutura energética.
"Estamos trabalhando urgentemente para continuar a garantir que a Ucrânia tenha o que precisa para se defender de forma eficaz", disse Blinken em uma coletiva de imprensa, acrescentando que o presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, discutirão este assunto juntos na sexta-feira (13).
Blinken detalhou que serão US$ 325 milhões em nova assistência energética, juntamente com US$ 290 milhões em ajuda humanitária que incluirá o fornecimento de água potável segura e US$ 102 milhões para trabalho de desminagem.
O Reino Unido, por sua vez, planeja entregar ainda este ano "centenas" de mísseis à Ucrânia para ajudar a ex-república soviética a repelir a invasão russa, anunciou o ministro das Relações Exteriores britânico, David Lammy, durante a coletiva.
"Também enviaremos centenas de mísseis de defesa aérea adicionais, dezenas de milhares de munições de artilharia adicionais e mais veículos blindados para a Ucrânia antes do final do ano", disse Lammy.
Uso de armas de longo alcance
A visita dos representantes dos dois países era aguardada pelas autoridades de Kiev e acontece no momento em que o presidente, Volodymyr Zelensky, aumenta os apelos aos aliados da Ucrânia para que autorizem o uso de armas ocidentais de longo alcance para atacar a Rússia.
O chefe da diplomacia ucraniana, Andriï Sybiga, reforçou o pedido da suspensão de "todas as restrições" aos ataques ucranianos contra alvos militares "legítimos" na Rússia com armas americanas e britânicas.
"É importante levantar quaisquer restrições ao uso de armas americanas e britânicas contra alvos militares legítimos na Rússia", afirmou Sybiga na coletiva de imprensa com Antony Blinken e David Lammy, em Kiev.
Para isso, Blinken quer também verificar se as forças ucranianas são capazes de manter e utilizar determinadas armas. Este pré-requisito é essencial antes de um possível sinal verde para o uso de armas de longo alcance contra alvos em território russo, como Zelensky vem exigindo há meses.
Moscou prepara resposta
Na Rússia, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, advertiu que seu país terá uma resposta "apropriada" se for permitido à Ucrânia usar armas de longo alcance contra seu território.
Cada decisão ocidental deste tipo prova a "natureza justificada, necessária e sem alternativa" da intervenção militar do exército russo na Ucrânia, acrescentou.
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