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Em almoço com centrão e PT, Hugo Motta conta votos para sucessão de Lira

Hugo Motta com Lira durante almoço com líderes partidários em que celebrou 35 anos - Divulgação
Hugo Motta com Lira durante almoço com líderes partidários em que celebrou 35 anos Imagem: Divulgação
do UOL

Do UOL, em Brasília

11/09/2024 18h56Atualizada em 11/09/2024 18h58

O deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) reuniu líderes do centrão, do PT e do PL em almoço por seu aniversário de 35 anos. O tema das conversas foi a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara, a partir de 2025.

O que aconteceu

Encontro sinalizou apoio à candidatura de Motta para a presidência da Câmara. Participaram do evento no restaurante Marie Cuisine, na Asa Sul, em Brasília, Lira e os líderes Doutor Luizinho (PP-RJ), Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), Odair Cunha (PT-MG), Luciano Amaral (PV-AL), Renildo Calheiros (PC do B-PE), Romero Rodrigues (Podemos-PB), Altineu Cortes (PL-RJ). Também esteve presente o Tenente Coronel Zucco (PL-RS), aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Lira indicou apoio a Hugo Motta. Lideranças afirmaram que o deputado alagoano afirmou seu apoio ao líder do Republicanos para a sua sucessão, em eleição a ocorrer em fevereiro do ano que vem. Ele não pode se reeleger e quer fazer seu sucessor para transferir seu capital político e ter alguma influência na Casa.

Contagem de votos. Durante o almoço, houve um momento em que os líderes contaram os votos que o deputado teria para vencer a disputa. Segundo os participantes, a soma já passa de 300.

Sondagem de líderes. Na noite de ontem, Lira, líderes e o presidente do PP, Ciro Nogueira, se reuniram. O encontro discutiu o sentimento das bancadas em relação a Motta. Também participou o líder do PSB, Gervasio Maia.

Hugo já conta com o aval de Lula e Bolsonaro. O líder do Republicanos já conversou com o presidente e o ex-presidente e recebeu sinal positivo de ambos. Bolsonaro disse a Hugo Motta que o apoiaria se ele fosse indicado por Lira.

Motta não estava oficialmente na disputa. O líder do Republicanos corria por fora na disputa porque tinha Marcos Pereira, presidente do seu partido, como candidato. Motta, no entanto, ganhou força por ser um deputado que dialoga com todos os grupos políticos da Câmara.

Pereira desistiu para que seu partido pudesse conquistar a vaga. Os parlamentares afirmam que Motta teria mais chance de vencer a disputa por ser um nome de consenso entre oposição e governo, articulado e "querido" entre os colegas.

Centrão rachado. Elmar Nascimento (União-BA) e Antonio Brito (PSD-BA) continuam na disputa e se uniram contra Motta. PDT, que apoiava Elmar, deve somar esforços na aliança.

Barganha com cargo. Uma das ofertas feitas aos postulantes para saírem da disputa é a vaga para TCU (Tribunal de Contas da União). A Câmara tem direito a indicar dois nomes para ministro da Corte a partir de 2026.

Campanha antecipada

As movimentações para a presidência da Câmara começaram em 2023. Discretamente, Elmar, Pereira e Brito iniciaram suas campanhas nos bastidores para tentar angariar apoio dos deputados. As investidas incluíram festas, articulação para aprovação de projetos e apoio na campanha eleitoral municipal.

Suspensão das emendas parlamentares pelo ministro Flávio Dino adiou anúncio, segundo aliados. Inicialmente, Lira tinha dito publicamente, em diversas entrevistas para jornais e TVs, que indicaria o apoio a seu sucessor em agosto, mas a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que suspendeu o envio dos recursos para as bases dos parlamentares, fez Lira pisar no freio. Isso porque, como mostrou o UOL, o presidente da Câmara perdeu a sua principal ferramenta de negociação: as emendas de comissão.

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