Ranking: Petrobras está entre 20 maiores pagadoras de dividendos do mundo
Ressurgindo como uma fênix, aos poucos a Petrobras está recuperando posições nos rankings globais de dividendos. No 2° trimestre de 2024, foi a 13ª empresa que mais pagou dividendos no mundo, após distribuir US$ 4,18 bilhões aos seus investidores, garantindo seu lugar entre as vinte maiores pagadoras do mundo.
Um ano antes, a petroleira havia ocupado a 23ª posição com pagamentos de US$ 3,4 bilhões. Já no 1° trimestre de 2024, a Petrobras tinha remunerado os investidores com US$ 2,03 bilhões, e também ficou de fora. Os dados são da 43ª edição do Índice Global de Dividendos da gestora Janus Henderson, publicado em primeira mão pelo UOL.
O relatório analisa trimestralmente as 1.200 maiores empresas do mundo por capitalização de mercado, que representam 90% dos dividendos distribuídos globalmente. A gestora britânica tem cerca de US$ 361,4 bilhões em ativos sob gestão.
Novo recorde
No mundo, os dividendos globais atingiram um recorde histórico de US$ 606,1 bilhões, alta de 5,8% em comparação com o ano anterior. Já o crescimento subjacente - que ajusta a distorção causada por dividendos extraordinários, taxa de câmbio e outros fatores técnicos - foi de 8,2%, por conta do impacto do câmbio, especialmente o fraco iene japonês.
Grandes empresas americanas como Meta e Alphabet começaram a pagar dividendos, o que impulsionou a taxa de crescimento global do segundo trimestre em 1,1 ponto percentual. Embora os dividendos delas ainda sejam baixos, já somam US$ 3,8 bilhões.
92% das empresas aumentaram os dividendos ou os mantiveram estáveis. Apenas três setores (mineração, transporte marítimo e produtos químicos) tiveram queda nos dividendos.
Os bancos foram os principais impulsionadores dos pagamentos, respondendo por um terço do aumento subjacente em relação ao ano anterior, principalmente os bancos europeus. Um dos bancos que mais contribuiu é o HSBC, do Reino Unido, que após a venda da sua operação canadense pagou US$ 4 bilhões em dividendos extraordinários. No total, o banco remunerou seus investidores com US$ 11,7 bilhões, se tornando o maior pagador do mundo no 2° trimestre.
Outras contribuições importantes para o crescimento dos dividendos no segundo trimestre foram das seguradoras, fabricantes de veículos (principalmente no Japão) e empresas de telecomunicações.
Veja abaixo as 20 maiores pagadoras de dividendos do mundo
1. HSBC Holdings - US$ 11,7 bilhões
2. Nestle - US$ 8,77 bilhões
3. China Mobile Limited - US$ 6,30 bilhões
4. Mercedes-Benz Group - US$ 6,13 bilhões
5. Allianz - US$ 5,83 bilhões
6. BNP Paribas - US$ 5,63 bilhões
7. Microsoft - US$ 5,57 bilhões
8. Stellantis - US$ 5,27 bilhões
9. Sanofi - US$ 5,18 bilhões
10. Axa - US$ 4,84 bilhões
11. Toyota Motor - US$ 4,68 bilhões
12. Rio Tinto - US$ 4,5 bilhões
13. Petrobras - US$ 4,18 bilhões
14. Zurich Insurance Group - US$ 4,17 bilhões
15. Tencent Holdings - US$ 4,09 bilhões
16. Deutsche Telekom - US$ 4,08 bilhões
17. Lvmh Moet Hennessy Louis Vuitton - US$ 4,04 bilhões
18. Bayerishe Motoren Werke, BMW - US$ 3,92 bilhões
19. Apple - US$ 3,83 bilhões
20. L'Oreal - US$ 3,77 bilhões
Qual a situação das empresas brasileiras?
Após remunerar os investidores com US$ 4,18 bilhões, apenas a Petrobras figurou entre as 20 maiores pagadoras de dividendos do mundo. A mineradora Vale (VALE3) não apareceu no ranking do 2° trimestre por não ter pagado proventos no período (abril a junho). Pela sua política, a companhia paga dividendos em março e setembro.
Outras empresas brasileiras que figuraram no ranking global foram: Banco do Brasil (US$ 692 milhões), Telefônica Brasil (US$ 429 milhões), Eletrobras (US$ 158 milhões), B3 (US$ 133 milhões) e Bradesco (US$ 54 milhões).
EUA e Europa em alta
Nos mercados emergentes, os dividendos totais alcançaram US$ 42,4 bilhões, uma alta de 18,4% na base ajustada. O crescimento mais rápido dos proventos aconteceu na Colômbia, Tailândia e no Brasil, principalmente por conta das empresas petrolíferas. Nestes países, o segundo trimestre é sazonalmente importante.
Nos Estados Unidos, os dividendos aumentaram 8,6% na base ajustada, para US$ 161,5 bilhões. Quase metade desse crescimento foram graças a Meta e Alphabet, que pagaram seus primeiros dividendos, ainda que pequenos em comparação aos lucros das companhias. O impulso desses recém-chegados deve manter o crescimento dos pagamentos nos Estados Unidos acima da média global. Sem o efeito Meta e Alphabet, o crescimento de 5% registrado pelas outras empresas americanas no índice está mais alinhado com a tendência de longo prazo do país.
Na Europa, o segundo trimestre é importante porque a maioria das empresas paga um único dividendo anual no período. A região atingiu um recorde histórico de US$ 204,6 bilhões, alta de 7,7% nominal e subjacente em relação ao ano anterior. França, Itália, Suíça e Espanha registraram dividendos recordes. Em toda a região, 90% das empresas europeias aumentaram os dividendos ou os mantiveram estáveis.
Mais da metade do crescimento dos dividendos europeus veio de bancos, que se beneficiaram do ambiente de juros elevados. O destaque negativo ficou por conta da Alemanha, com os pagamentos recuando 1,2% em relação ao ano anterior, com grande corte da Bayer.
O segundo trimestre também é sazonalmente importante no Japão. Os dividendos japoneses saltaram 14,5% em base subjacente. Os pagamentos registraram recorde em ienes, mas em dólares a alta foi de apenas 1,4% para US$ 37,2 bilhões.
A maior contribuição foi da Toyota Motor, maior pagadora de dividendos do Japão e que apresentou um dos principais aumentos, após lucros recordes em seu último ano fiscal. A Honda Motor fez a segunda maior contribuição. 90% das empresas japonesas aumentaram seus pagamentos ou os mantiveram estáveis.
O que esperar no resto do ano?
A gestora Janus Henderson atualizou a sua previsão para dividendos em 2024. Agora espera que as empresas de todo o mundo distribuam um recorde de US$ 1,74 trilhão, alta ajustada de 6,4% em comparação com 2023. A nível nominal o crescimento esperado é de 4,7%. Os primeiros pagamentos das empresas de tecnologia, como Meta e Alphabet, juntamente com a chinesa Alibaba, devem impulsionar o crescimento 1,1 ponto percentual este ano.
As economias suportaram bem as taxas de juros mais altas, e a inflação está desacelerando. "Esse cenário benigno tem sido especialmente positivo para o setor bancário, que está desfrutando de margens sólidas e redução limitada de crédito, o que aumentou os lucros e gerou muita caixa para dividendos", afirma Jane Shoemake, gerente de portfólio de clientes do time Global Equity Income na Janus Henderson.
Para Shoemake, o pagamento de dividendos das gigantes de tecnologia também ampliará o apelo dos investidores para os quais proventos são uma parte vital da sua estratégia. "O mercado de ações simplesmente evolui ao longo do tempo, à medida que os setores sobem e descem para atender às necessidades de mudança da sociedade", complementa.
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