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Lula e Elmar se encontram nesta quarta para debater sucessão de Lira

Deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA) - Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados
Deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA) Imagem: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados
do UOL

Do UOL, em Brasília

10/09/2024 13h42Atualizada em 10/09/2024 14h03

O presidente Lula (PT) deve se encontrar com o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), nesta quarta-feira (11) para discutir a sucessão na presidência da Câmara dos Deputados.

O que aconteceu

Deputado pediu o encontro com Lula após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não anunciá-lo como seu sucessor. Decepcionado, ele firmou uma aliança com outro postulante, Antonio Brito (PSD-BA), contra o agora favorito de Lira: Hugo Motta (Republicanos-PB).

O encontro tenta ganhar apoio governista. Antes tido como candidato lirista e de oposição ao PT na Bahia, Elmar é o que menos tem relação com o Planalto —e isso não parecia incomodá-lo até então. Com o revés sofrido com Lira, um aceno de Lula se mostrou relevante.

Elmar encontrará o ministro das Relações Institucionais primeiro. O líder do União Brasil vai encontrar Alexandre Padilha para uma conversa inicial na tarde desta terça (10), levado pelos ministros do União Brasil, Celso Sabino (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicações).

Não há consenso entre eles sobre o nome de Motta. PSB e PDT, que apoiavam Elmar, devem somar esforços na aliança. MDB ainda está dividido.

Aliança inesperada

Elmar e Brito seguem apostando na disputa. Com a entrada de Motta na corrida eleitoral pelo comando da Casa, esperava-se que os líderes do União Brasil e do PSD desistissem de concorrer para formar uma chapa única em apoio ao candidato do Republicanos. Os dois se encontraram nesta segunda (9) na casa de Sabino.

Amigos de escola e aliados recentes. Conterrâneos de estado, Elmar e Brito estudaram juntos na infância em Salvador, mas seguiram caminhos políticos opostos. Agora, ambos estão unidos pela presidência e um deve apoiar o outro no segundo turno.

Negociação entre União e PSD pode afetar presidência do Senado. Aliados das duas siglas afirmaram ao UOL que o partido comandado por Gilberto Kassab pode abrir mão de lançar Otto Alencar (PSD-BA) para a presidência do Senado, se o União apoiar Brito para o comando da Câmara. O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) é o favorito na disputa e apoiado por Rodrigo Pacheco (PSD-MG), atual chefe da Casa.

Elmar tenta vencer resistência de Lula

O líder do União Brasil tem a missão de conseguir reduzir a oposição de Lula a seu nome pelo histórico político. Elmar sempre fez oposição ao petista e votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Além disso, o deputado é muito próximo de Dani Cunha (União Brasil-RJ), filha de Eduardo Cunha, algoz de Dilma.

Para tentar dissipar a desconfiança, Elmar tem conversado com petistas e outros deputados da esquerda. O deputado baiano, inclusive, já mantém uma relação próxima com alguns deputados, como Zeca Dirceu (PT-PR), com quem esteve junto no Carnaval e no Festival de Parintins, no Amazonas. Ele busca também manter uma relação amistosa com o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Movimento semelhante foi feito pelo Republicanos. Por intermédio do ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Lula se encontrou duas vezes com o então candidato do partido, Marcos Pereira (SP), e com Motta, a quem não apresentou resistências.

O Planalto tem jogado parado. Embora Elmar siga sendo a opção menos interessante para o petista, o presidente não vê muita vantagem em apoiar abertamente um candidato —o que tem repetido publicamente.

O melhor é esperar. Sem nome do PT, interlocutores da presidência dizem que é cedo para tomar um posicionamento e esperam (ou torcem) para que os acordos em nome de um sonhado bom senso sejam resolvidos no Congresso, sem que Lula tenha de se indispor com parte do Legislativo, em meio a uma relação que já não é das mais sólidas.

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