Boulos critica eleição na Venezuela, mas evita chamar Maduro de ditador

O deputado Guilherme Boulos (PSOL), candidato à Prefeitura de São Paulo, criticou a eleição presidencial na Venezuela, mas evitou chamar Nicolás Maduro de ditador. A fala ocorreu em sabatina realizada pelo UOL e a Folha.

O que aconteceu

Na sabatina, os entrevistadores perguntaram a Boulos se ele considerava Maduro um ditador. O candidato disse que a "eleição do Maduro está cheia de suspeitas de fraude e o governo não tem legitimidade". "O presidente Lula não reconheceu o governo de Maduro, o Celso Amorim, um dos conselheiros do Lula, se expressou com palavras fortes ontem em relação ao cerco à embaixada argentina", afirmou.

Sem cravar que Maduro é um ditador, Boulos pediu para mudar de assunto. "A Venezuela está a 4.000 km de São Paulo. A gente pode falar sobre os temas da cidade", disse.

"Minha posição já foi firmada de maneira muito clara e enfática", reforçou. "Inclusive, eu queria encerrar falando sobre o que nos trouxe aqui hoje [a campanha eleitoral]", respondeu o candidato. Raquel Landim, colunista do UOL, lembrou que Boulos "falava de democracia, quando estava discutindo Ricardo Nunes e Pablo Marçal" e que Maduro é um ditador.

Reitero aqui o nosso compromisso de expressar o nosso posicionamento sobre a cidade de são Paulo. Inclusive, a extrema direita, que tentou dar golpe no 8 de janeiro, e candidato que acha que 8 de janeiro não foi golpe, não têm autoridade moral para falar de democracia. Eu tenho, eles não têm.
Guilherme Boulos, candidato a prefeito

Reeleito em 28 de julho, Maduro não divulgou as atas das seções eleitorais, que comprovariam sua vitória. A oposição questiona a legitimidade da vitória e cobra transparência no processo. Estados Unidos e União Europeia, por exemplo, não reconhecem a vitória de Maduro. O governo brasileiro, no entanto, ainda tenta mediar uma negociação.

Sabatinas UOL/Folha

O UOL e o jornal Folha de S.Paulo promovem sabatinas com todos os candidatos à Prefeitura de São Paulo para discutir temas que preocupam os eleitores da cidade. Pablo Marçal (PRTB) foi entrevistado no dia 4 de setembro, Tabata Amaral (PSB) no dia 5, Ricardo Nunes no dia 6.

Veja a programação:

• Altino Prazeres (PSTU): terça-feira (10), às 9h;
• Ricardo Senese (UP): quarta-feira (11), às 9h;
• João Pimenta (PCO): quinta-feira (12), às 9h;
• José Luiz Datena (PSDB): sexta-feira (13), às 10h;
• Bebeto Haddad (DC): na segunda-feira (16), às 9h;
• Marina Helena (Novo): quarta-feira (18), às 9h.

*Participam desta cobertura: Ana Paula Bimbati, Caíque Alencar e Wanderley Preite Sobrinho, do UOL, em São Paulo, e Letícia Polydoro, em colaboração para o UOL.