Três guardas israelenses morrem em ataque contra ponte entre Cisjordânia e Jordânia
O motorista de um caminhão matou a tiros, neste domingo (8), três guardas israelenses em um posto de controle na fronteira entre a Cisjordânia ocupada e a Jordânia, informou o exército israelense, que continua sua ofensiva contra o movimento islamista palestino Hamas em Gaza.
Este ataque incomum ocorre em um momento de intensificação da violência na Cisjordânia, onde Israel lançou uma operação de grande escala paralela à guerra na Faixa de Gaza.
O exército israelense afirmou que um agressor "se aproximou da área da ponte Allenby vindo da Jordânia em um caminhão, saiu e abriu fogo contra as forças de segurança israelenses que estavam operando na ponte". O homem foi abatido, acrescentaram os militares.
O ministério do Interior da Jordânia indicou que o autor do ataque era um cidadão do reino identificado como Maher Diab Husein al Jazi.
O ataque ocorreu na ponte Allenby, também conhecida como ponte Rei Hussein, que é utilizada tanto por viajantes quanto para o transporte de mercadorias entre a Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel desde 1967, e a Jordânia.
Este ponto de passagem, o vale do Jordão, é o único acesso à Cisjordânia sem entrar em Israel.
Milhares de pessoas passam diariamente por esse posto, que está em território palestino, mas é controlado pelas forças de segurança israelenses, junto com agentes de segurança privada.
No ataque, morreram três civis israelenses que trabalhavam como guardas de segurança no posto, mas que não eram policiais nem agentes do exército, informaram as autoridades israelenses.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chamou o agressor de "terrorista desprezível" inspirado por uma "ideologia assassina" que, segundo ele, é incitada pelo Irã.
O Hamas, que governa Gaza, celebrou o ataque, mas não se responsabilizou por ele.
Intensificação da violência na Cisjordânia
No dia 28 de agosto, o exército israelense lançou operações simultâneas em várias cidades e campos de refugiados no norte da Cisjordânia, com um balanço de pelo menos 36 palestinos mortos, segundo o Ministério da Saúde palestino com sede em Ramallah.
O exército afirmou ter eliminado 35 combatentes, e o Hamas e a Jihad Islâmica Palestina anunciaram que pelo menos 14 militantes morreram.
Desde 7 de outubro, os ataques de militares ou colonos israelenses mataram pelo menos 662 palestinos na Cisjordânia, de acordo com o Ministério da Saúde palestino.
Pelo menos 23 israelenses, incluindo membros das forças de segurança, morreram em ataques de palestinos durante o mesmo período, apontam as autoridades israelenses.
O conflito em Gaza começou em 7 de outubro, quando um ataque de combatentes do Hamas em Israel provocou a morte de 1.205 pessoas, a maioria civis, segundo um levantamento da AFP baseado em números oficiais israelenses.
Os militantes islamistas sequestraram 251 pessoas: 97 continuam detidas em Gaza, das quais 33 são consideradas mortas pelos militares israelenses.
Em resposta ao ataque, Israel prometeu destruir o Hamas e lançou uma vasta represália com bombardeios que já causaram 40.972 mortes no território palestino, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. A maioria das vítimas são mulheres e crianças, de acordo com a ONU.
Deslocados sob bombas
O exército israelense continuou sua ofensiva em Gaza e lançou vários bombardeios neste domingo.
A Defesa Civil de Gaza informou que dezenas de pessoas morreram em bombardeios israelenses.
Após 11 meses de guerra, estima-se que os 2,4 milhões de palestinos que vivem em Gaza tenham sido deslocados pelo menos uma vez desde o início do conflito.
"Sair de um lugar para outro é estressante porque não há nenhum lugar seguro", relatou Raid Hamad, um paciente com câncer originário de Khan Yunis. "Quando fugimos, fazemos isso sob os bombardeios (...) Perdi muito peso e estou exausto."
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, visitou o corredor de Netzarim, no centro de Gaza, neste domingo, onde reiterou sua promessa de eliminar o Hamas.
Gallant disse que os militares estão vigilantes na fronteira norte, onde o exército está envolvido em duelos de artilharia de baixa intensidade com militantes do movimento libanês Hezbollah.
"Enquanto vocês lutam em Gaza, nós nos preparamos para qualquer coisa que possa acontecer no norte", declarou Gallant aos soldados. "A mudança no centro de gravidade pode ocorrer rapidamente e isso pode envolvê-los em um curto espaço de tempo."
Estados Unidos, Catar e Egito estão há meses mediando para tentar alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Mas as chances de que um acordo seja concretizado têm diminuído nas últimas semanas, já que ambas as partes permanecem firmes em suas posições.
O Hamas exige que o exército israelense se retire completamente do território palestino, mas Netanyahu insiste que suas tropas devem permanecer no "corredor Filadélfia", na fronteira entre Gaza e Egito.
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