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1 mês

Marçal azeda relação com Bolsonaro após politizar ato: 'Só eu fui para os braços do povo'

Do Estadão Conteúdo

08/09/2024 16h01Atualizada em 09/09/2024 07h44

A participação relâmpago de Pablo Marçal (PRTB) no ato bolsonarista de 7 de Setembro rendeu mais de uma dezena de cortes para as suas redes sociais, principal ativo do ex-coach na campanha eleitoral. Mas nem todo saldo foi positivo: a ida à manifestação azedou a relação do influenciador com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com quem Marçal estava flertando nas últimas semanas.

Mais cedo, Bolsonaro divulgou uma nota acusando o candidato à Prefeitura de São Paulo de fazer "palanque às custas dos outros". O ex-presidente mencionou que Marçal tentou subir no trio elétrico ao fim do ato, mas foi barrado por "questões óbvias". Segundo Bolsonaro, o episódio foi o "único e lamentável incidente" da manifestação.

Ao Estadão, Marçal negou a acusação de que tenha usado o ato como palanque. "Como fazer palanque se não me deixaram subir no palanque? Eu fui para os braços do povo. Não tive fala nenhuma, só fui o único que foi para os braços do povo", afirmou o candidato do PRTB. Por volta das 15h30, Marçal publicou um vídeo no Instagram reiterando que foi barrado e declarando que está sozinho: "Deus, povo e nada mais".

Bolsonaro não foi o único a se incomodar com a atitude do influenciador. O organizador do ato, pastor Silas Malafaia, acusou Marçal de tentar se passar por "vítima" e de querer "lacrar" a qualquer custo. Malafaia ainda chamou o empresário e ex-coach de "frouxo", afirmando que ele só chegou após o término do evento por medo do ministro Alexandre de Moraes, principal alvo dos ataques bolsonaristas no 7 de Setembro.

No sábado, Marçal desembarcou de helicóptero nas proximidades da Avenida Paulista, caminhou pela multidão, deu autógrafos a apoiadores e, quando o evento já tinha terminado, tentou subir no trio elétrico onde Bolsonaro estava, mas acabou barrado. Marçal estava em viagem a El Salvador e manteve suspense sobre sua participação no ato.

Para pessoas próximas ao ex-presidente, Marçal cometeu dois erros ontem: chegou após os discursos contra Moraes, reforçando a impressão de que evita confronto com o principal algoz de Bolsonaro, e ignorou a orientação do ex-presidente de não politizar o ato.

Marçal publicou mais de dez vídeos sobre o 7 de Setembro em suas redes sociais. Em um deles, eleitores de Bolsonaro presentes ao ato afirmam que votarão em Marçal para a Prefeitura de São Paulo. Outro vídeo mostra Marçal no meio da multidão, enquanto apoiadores vestem bonés com seu nome. "Ele foi muito mal ontem", disse um aliado próximo do ex-presidente, chamando Marçal de "dissimulado".

Enquanto o ex-coach teve uma participação tumultuada no 7 de Setembro, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) passou ileso: não enfrentou hostilidade dos bolsonaristas e ainda posou para uma foto ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente.

Nunes também recebeu um elogio de Bolsonaro, que classificou a presença da candidata do Novo, Marina Helena, como "exemplar e respeitosa", na mesma nota em que criticou Marçal.

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