Tarcísio pede 'anistia' no 8/1, mas não cita Moraes em ato contra ministro
Durante discurso no ato de 7 de setembro convocado por Jair Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pediu "liberdade", mas evitou citar nominalmente o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
O que aconteceu
Tarcísio de Freitas discursou no ato da avenida Paulista reforçando o pedido de "liberdade" e "anistia" aos envolvidos no 8 de Janeiro. Contudo, o governador evitou citar Alexandre de Moraes. O ministro é o principal alvo das manifestações deste sábado (7). Os atos — convocados após a suspensão da rede social X no Brasil — também pedem anistia dos condenados e investigados no 8/1.
"Estamos aqui por uma devoção, por uma causa". Tarcísio de Freitas foi pontual em sua fala, e, apesar de não pedir diretamente o impeachment de Moraes, cobrou atitude dos congressistas sobre uma anistia aos presos que depredaram as sedes dos Três Poderes no 8 de Janeiro.
O governador disse "ter saudades" do governo Bolsonaro e pediu sua volta. Tarcísio chamou Bolsonaro de líder e disse que o ex-presidente inspirou a população a "lutar pelo Brasil".
Tarcísio disse acreditar que, com o ato de hoje, os parlamentares vão dar atenção às pautas bolsonaristas. Ele chamou de "desproporcional" as punições contra os presos do 8 de Janeiro.
O governador de SP também evitou falar sobre a suspensão da rede social X (antigo Twitter), mas mandou indireta a Moraes. Ele pediu "pacificação" e disse que o ato de hoje é para lutar contra a "censura" e o "banimento de redes".
Para que não haja censura. banimento de rede, queremos a pacificação, mas ela requer gestos. Precisamos destes gestos. Temos que agradecer o verde e amarelo, estamos lutando pela liberdade, do lado de vocês, do lado do nosso maior líder.
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo
A decisão de Moraes que bloqueou o X foi corroborada por unanimidade pelos ministros da 1ª Turma do STF — todos concordaram com Moraes e votaram para manter a suspensão do X no Brasil.
A assessoria de imprensa do STF afirmou ao UOL que os ministros não comentarão as declarações dos políticos e militantes no caminhão de som na Paulista.
A avenida Paulista foi fechada, e uma multidão ocupou alguns quarteirões; o público é menor do que no ato realizado em fevereiro. Um forte esquema de segurança foi montado para o ato organizado pelo pastor Silas Malafaia, aliado de Bolsonaro.
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