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Caso de ministro da Cultura italiano testa solidez de governo de Meloni

05/09/2024 12h52

Por Giulia Segreti

ROMA (Reuters) - O ministro da Cultura da Itália admitiu, em uma entrevista chorosa no horário nobre de televisão, ter tido um caso com uma mulher que alegou ter sido contratada como assessora, um caso que está testando a solidez do governo da primeira-ministra Giorgia Meloni.

O destino do ministro Gennaro Sangiuliano dominou as primeiras páginas dos jornais italianos e criou uma dor de cabeça para Meloni em seu retorno das férias de verão (no Hemisfério Norte).

Meloni, à frente de uma coalizão de direita desde outubro de 2022, tem se mantido fiel à equipe que nomeou, trazendo um raro período de estabilidade política para a Itália.

No entanto, Sangiuliano, um ex-jornalista de 62 anos, passou por uma tempestade na mídia sobre o papel de Maria Rosaria Boccia, uma autoproclamada empresária da moda que na semana passada publicou no Instagram que havia sido nomeada "conselheira do ministro para grandes eventos".

A oposição questionou a função, perguntando se ela estava se beneficiando de fundos públicos e se tinha acesso a documentos confidenciais relacionados a uma reunião de ministros da Cultura do G7 marcada para este mês.

"A primeira pessoa a quem tenho que pedir desculpas é uma pessoa excepcional, minha esposa. Depois, peço desculpas a Giorgia Meloni, que confiou em mim, por tê-la envergonhado e ao governo", disse Sangiuliano, emocionado, ao noticiário TG1, da emissora estatal RAI, com a voz embargada.

Ele disse que Meloni havia rejeitado sua proposta de demissão.

Em uma publicação no Instagram, Boccia sugeriu que seu relacionamento com o ministro estava sendo usado para fins políticos.

"Outros, de forma mesquinha, exploraram uma situação humana que está tendo consequências dolorosas para mim. Estou defendendo minha dignidade", publicou Boccia.

Sangiuliano disse que "nem um único euro" de dinheiro público foi gasto com Boccia e que o envolvimento dela no planejamento da Reunião Cultural do G7 se limitou a questões periféricas, como o cardápio e os aparelhos.

O ministro disse que sua amizade com a jovem, que ele conheceu em um evento em Nápoles em maio, havia se transformado em um "relacionamento sentimental", que foi interrompido entre o final de julho e o início de agosto.

(Reportagem de Giulia Segreti, Alvise Armellini, Angelo Amante e Gianluca Semeraro)

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