Caso de conspiração eleitoral de Trump volta ao tribunal nos EUA
Os promotores e a defesa do ex-presidente Donald Trump discutiram nesta quinta-feira (5) o cronograma para o processo no qual ele é réu pela tentativa de anular ilegalmente os resultados das eleições de 2020, na primeira audiência sobre o caso desde outubro.
"É bom ver você, parece descansado", disse a juíza Tanya Chutkan ao advogado de Trump, John Lauro, ao iniciar a sessão em um tribunal no centro de Washington.
Os promotores e advogados do magnata de 78 anos debateram por pouco mais de uma hora o cronograma do caso, cuja realização antes das eleições presidenciais de 5 de novembro parece muito improvável, e como abordar as questões de imunidade levantadas por uma decisão da Suprema Corte em 1º de julho.
Foi a primeira audiência neste caso desde que a juíza Chutkan reassumiu o controle, após a decisão sem precedentes do mais alto tribunal americano que reconheceu uma ampla imunidade penal para o cargo de presidente dos Estados Unidos por atos realizados em atividades oficiais.
Lauro argumentou que, se as conversas entre Trump e seu então vice-presidente Mike Pence estavam sob imunidade, então o caso deveria ser anulado.
"Se, de fato, as comunicações [com Pence] são imunes, então todo o caso é impróprio e ilegítimo", afirmou Lauro, insistindo que o calendário proposto anteriormente pelos promotores seria "enormemente prejudicial" para Trump, que busca se manter focado em sua campanha.
O calendário das eleições "não é relevante", respondeu a juíza, acrescentando que o pleito "definitivamente não será arrastado para a disputa eleitoral".
- Atrasar o julgamento -
A juíza primeiro quis ouvir os argumentos de ambas as partes e fixará um calendário ao longo do dia.
A defesa busca adiar o julgamento para depois da eleição de novembro, quando Trump medirá forças com a vice-presidente democrata Kamala Harris nas urnas.
O ex-governante (2017-2021) e candidato presidencial republicano optou por não comparecer à audiência desta quinta-feira e ordenou aos advogados que expressassem oficialmente sua declaração de inocência.
Jack Smith, promotor especial do caso, emitiu em 27 de agosto uma acusação revisada levando em conta a decisão da Suprema Corte, mas reiterou as mesmas quatro acusações.
Assim, permaneceram, entre outras, as acusações contra Donald Trump por "conspiração contra as instituições americanas" e "minar o direito ao voto" dos eleitores.
O promotor ressaltou que o republicano cometeu tais crimes porque "estava decidido a permanecer no poder".
O cronograma original previa que Trump fosse a julgamento em 4 de março, mas o caso acabou suspenso pelos pedidos de sua defesa para que a Suprema Corte se manifestasse sobre a questão da imunidade.
sst-cl/md/llu/val/nn/jb/am
© Agence France-Presse
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