Brasil conquista medalha no goalball masculino em Paris: "esse bronze é com gosto de ouro"
A arena 6 Paris Sul, em Porte de Versailles recebeu um público atento e silencioso, na tarde desta quarta-feira (5), na disputa pela medalha de bronze do goalball. Neste esporte desenvolvido exclusivamente para atletas com deficiência visual, não pode haver barulho no ginásio. O Brasil, que não conseguiu defender o título conquistado em Tóquio, garantiu o terceiro lugar no pódio da modalidade, ao vencer a China por 5 a 3.
Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris
Neste esporte paralímpico baseado na percepção tátil e auditiva, todos os jogadores utilizam uma venda nos olhos, para competir em condições de igualdade. A quadra tem a dimensão de uma de vôlei, com 9 metros de largura por 18m de comprimento.
A bola, de 76cm de diâmetro e pesando1,25 kg, tem um guizo para que os jogadores saibam a sua direção. O arremesso é rasteiro para o gol de 9 metros de largura por 1,30m de altura. Os atletas são arremessadores e defensores e as partidas têm dois tempos de 12 minutos, com três minutos de intervalo.
O primeiro gol do Brasil veio aos 5min30s do primeiro tempo, em um arremesso de Leomon Moreno. Além dele, iniciaram jogando Emerson Ernesto e Josemarcio Sousa. Cada equipe tem três titulares e três reservas. O time do técnico Jonatas Castro é formado, ainda, por Paulo Saturnino, Romario Marques e André Dantas.
Logo na segunda etapa da partida, Josemarcio Sousa fez mais um para o Brasil. Em seguida, Leomon Moreno abriu a vantagem: 3 a 0 diante dos chineses, que não encontravam o caminho do gol.
O quarto gol, novamente de Leomon Moreno, veio nos últimos 4 minutos de jogo. A China reagiu e marcou um, logo antes do técnico Jonatas Castro pedir tempo. Na volta, Josemarcio Souza marcou o quinto gol do Brasil. A China diminuiu a vantagem, marcando pela segunda vez.
Faltando dois minutos para acabar a partida, o técnico brasileiro pediu mais uma vez tempo. O jogo prosseguiu com o terceiro gol dos chineses, mas o adversário não teve mais tempo para uma virada. Placar final: Brasil 5, China 3.
"Com certeza foi uma entrega total dos seis atletas. Cada um de nós renunciou a momentos com a família para estar aqui. Esse bronze é com gosto de ouro", disse Lemon Moreno em entrevista à RFI Brasil.
A campanha
Nas classificatórias, o Brasil ganhou da França por 8 a 5 e dos Estados Unidos por 8 a 13. Nas quartas de final, venceu o Egito por 10 a 0. Na semifinal perdeu para a Ucrânia por 6 a 4.
"Esporte de alto rendimento é assim, uma equipe precisa perder para a outra seguir. Estamos muito felizes com a conquista do bronze", disse Josemarcio Sousa, à RFI. "Essa medalha é a coroação do nosso trabalho", completou.
A primeira participação do Brasil no goalball foi em Atenas, em 2004. De lá para cá, o país subiu ao pódio três vezes no masculino: foi prata em Londres 2012, bronze no Rio 2016 e ouro em Tóquio 2020.
"A resiliência deste grupo é algo surreal, a gente não tinha tempo para ficar pensando sobre a derrota de ontem. Essa medalha, mais do que individualmente, significa muito para o investimento no goalball brasileiro, para termos mais competições, incentivo nos jovens", disse Emerson Ernesto.
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