Putin sabia das interferências da Rússia nas eleições dos EUA (Casa Branca)
O presidente russo, Vladimir Putin, estava a par das ações do veículo estatal de notícias RT para influenciar nas eleições presidenciais dos Estados Unidos deste ano, declarou a Casa Branca nesta quarta-feira (4).
"Pensamos que Putin sabia destas ações" de interferência eleitoral, disse o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, John Kirby, depois que o Tesouro americano sancionou dois funcionários do RT, assim como seus diretores.
Mais cedo, autoridades americanas anunciaram sanções contra executivos do RT, veículo noticioso financiado pelo Estado russo, e outras pessoas, às quais acusou de fazer "esforços de influência maliciosa" contra as eleições presidenciais americanas de 2024.
O Departamento do Tesouro americano apontou para duas entidades e dez pessoas, entre elas a editora-chefe do RT, Margarita Simonovna Simonyan, e sua adjunta, Elizaveta Yuryevna Brodskaia.
O veículo é acusado de recrutar, de forma encoberta, "influenciadores americanos involuntários" para apoiar uma "campanha" do RT, antes conhecido como Russia Today.
A secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse que a entidade "não hesitará" no compromisso de "salvaguardar nossos princípios democráticos e a integridade dos nossos sistemas eleitorais".
Segundo o procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, dois funcionários do RT foram acusados em Nova York de lavagem de dinheiro e violação da Lei de Registro de Agentes Estrangeiros.
São acusados de financiar uma empresa com sede no estado do Tennessee "para difundir conteúdo considerado favorável ao governo russo", acrescentou.
O RT reagiu através de seu canal no Telegram, desqualificando as acusações dos Estados Unidos, considerando-as de "clichês conhecidos".
"Três coisas são inevitáveis na vida: a morte, os impostos e a 'interferência do RT nas eleições americanas'", ironizou o veículo.
Segundo o Departamento do Tesouro, Simonyan foi uma "figura central nos esforços de influência maliciosa do governo russo", enquanto Brodskaia "informou o presidente russo", Vladimir Putin, e outros funcionários.
Washington acusa Moscou de tentar influenciar nas eleições presidenciais desde a disputa de 2016 entre o republicano Donald Trump e a democrata Hillary Clinton.
Após as eleições de 2020, funcionários de inteligência dos EUA acusaram Putin de autorizar "operações de influência" para favorecer a votação em Trump.
dk/dw/nn/mar/mvv/ic
© Agence France-Presse
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