Ao menos 20 migrantes desaparecidos após naufrágio perto da ilha de Lampedusa, Itália
Vinte migrantes estavam desaparecidos nesta quarta-feira (4) após o naufrágio de uma embarcação no Mediterrâneo, perto da ilha italiana de Lampedusa, informou a seção italiana do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur).
"Vinte pessoas estão desaparecidas no Mediterrâneo após um naufrágio em 1º de setembro, de acordo com sobreviventes", escreveu Chiara Cardoletti, do Acnur, no X.
"Os sete sobreviventes, acolhidos pela nossa equipe em Lampedusa, estão em estado crítico. Muitos deles teriam perdido familiares", acrescentou.
Os meios de comunicação italianos, por sua vez, mencionam 21 pessoas desaparecidas, incluindo três crianças.
Os sobreviventes, que são sírios, foram resgatados pela guarda-costeira italiana.
"Os migrantes resgatados declararam que saíram da Líbia em 1º de setembro com 28 pessoas a bordo, das quais três menores, entre os quais 21 teriam caído na água devido ao mau tempo", segundo um comunicado desta força.
Ainda segundo a nota, prosseguem as buscas de pessoas desaparecidas, inclusive com a ajuda de uma aeronave.
Imagens difundidas pela guarda-costeira mostram homens em uma embarcação pequena completamente cheia d'água, que deslizavam em colchões infláveis para o barco dos socorristas.
Desde a chegada ao poder da coalizão da primeira-ministra de extrema direita Giorgia Meloni, em outubro de 2022, barcos de ONGs que operam no Mediterrâneo teoricamente só estão autorizados a realizar um único resgate por vez e devem se dirigir de imediato a um porto próximo, o que os impede de realizar vários resgates seguidos.
As ONGs consideram que a medida viola o direito marítimo, que obriga todo barco a ajudar qualquer embarcação em perigo.
O governo italiano acusa os barcos de salvamento de serem "fatores de atração", embora na verdade a grande maioria dos migrantes que chega à Itália é resgatada pela guarda-costeira.
As autoridades italianas decidiram, nesta quarta, imobilizar durante 20 dias o barco da ONG humanitária Sea-Watch, pois este não teria esperado a autorização das autoridades líbias para resgatar os migrantes.
O Sea-Watch 5 chegou nesta quarta-feira ao porto italiano de Civitavecchia com 289 pessoas a bordo, mas agora terá que esperar 20 dias antes de poder voltar a sair em missão no Mediterrâneo.
Em 2023, mais de 3.000 migrantes foram dados como desaparecidos após tentarem cruzar o Mediterrâneo, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
De acordo com dados do Ministério do Interior italiano, as chegadas por mar diminuíram consideravelmente desde o início do ano: 43.061 pessoas desembarcaram na Itália entre 1º de janeiro e 4 de setembro, em comparação com 115.177 no mesmo período em 2023.
ljm/gab/eg/mb/jb
© Agence France-Presse
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.