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Milhares protestam na Índia após médica ser estuprada e morta em hospital

13.ago.24 - Seguranças protegem entrada de pronto-socorro durante greve de médicos após o assassinato de uma médica em Calcutá - Sahiba Chawdhary/REUTERS
13.ago.24 - Seguranças protegem entrada de pronto-socorro durante greve de médicos após o assassinato de uma médica em Calcutá Imagem: Sahiba Chawdhary/REUTERS

15/08/2024 05h32Atualizada em 15/08/2024 07h28

Milhares de pessoas lotaram as ruas de Calcutá na madrugada desta quinta-feira (15) para protestar contra o estupro e assassinato de uma médica e para exigir o fim da violência contra as mulheres, um problema crônico na sociedade indiana.

A descoberta do corpo da médica de 31 anos no hospital público em que ela trabalhava provocou protestos em todo o país, que registrou em 2022 a média de 90 estupros por dia.

Segundo o canal indiano NDTV, a autópsia confirmou a agressão sexual e, em uma petição ao tribunal que investiga o caso, os pais da vítima apontam a suspeita de um crime em grupo.

Na cidade de Calcutá, uma multidão se reuniu em uma vigília com velas para denunciar o assassinato. Os cartazes dos manifestantes exibiam mensagens como "Queremos justiça" e "Enforquem o estuprador, salvem as mulheres".

"As atrocidades contra as mulheres não param", disse uma das participantes, Monalisa Guha, ao jornal local The Telegraph.

O escândalo também afetou as celebrações nesta quinta-feira do Dia da Independência da Índia em Nova Délhi, onde o primeiro-ministro Narendra Modi, sem citar diretamente o caso de Calcutá, expressou sua "dor" pela violência contra as mulheres.

"Os crimes contra as mulheres devem ser investigadas rapidamente. O comportamento monstruoso contra as mulheres deve ser punido rápida e severamente", disse Narendra Modi.

O assassinato em Calcutá gerou mobilizações em vários hospitais públicos, onde os funcionários suspenderam os atendimentos não emergenciais por tempo indeterminado.

A polícia anunciou a detenção de apenas um homem que trabalha no hospital e o caso está sob responsabilidade do Escritório Central de Investigações, a força de elite do país.

O ataque e a resposta social recordam um estupro em grupo contra uma jovem em um ônibus de Nova Délhi em 2012 que virou um símbolo do fracasso do país no combate à violência contra as mulheres.

O caso desencadeou protestos em toda Índia, alguns violentos, e levou o governo a aprovar medidas para punições mais severas para os estupradores e a pena de morte para os reincidentes.

14.ago.24 - Pessoas seguram cartazes durante uma vigília condenando o estupro e assassinato de uma médica estagiária em um hospital governamental em Calcutá, em uma rua de Mumbai, Índia - Francis Mascarenhas/REUTERS - Francis Mascarenhas/REUTERS
14.ago.24 - Pessoas protestam contra o estupro e assassinato de uma médica em um hospital público em Calcutá, em uma rua de Mumbai, Índia
Imagem: Francis Mascarenhas/REUTERS

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