Biden se posiciona a favor de novo pleito na Venezuela; para oposição outra votação seria "desrespeito"

O presidente americano Joe Biden disse na quinta-feira (15) que era a favor de novas eleições na Venezuela. Pouco antes, a líder da oposição Maria Corina Machado havia dito que considerava os apelos do Brasil e da Colômbia para um novo pleito para resolver a crise decorrente da questionada reeleição do presidente Nicolás Maduro, um "desrespeito" aos venezuelanos.

À pergunta "Você é a favor de novas eleições na Venezuela?", o presidente norte-americano respondeu "Eu sou", sem dar mais detalhes, durante uma breve conversa com a imprensa na Casa Branca.

"Propor não levar em conta o que aconteceu em 28 de julho é para mim uma falta de respeito pelos venezuelanos (...) a soberania popular tem de ser respeitada", declarou na quinta-feira a opositora Maria Corina Machado durante entrevista coletiva virtual com a mídia chilena e argentina.

O presidente colombiano, Gustavo Petro, fez um apelo nesta quinta-feira em mensagem publicada no X à realização de "novas eleições livres" na Venezuela, sugerindo uma lista de propostas, entre elas o "fim de todas as sanções econômicas", em vigor contra o país. 

"Uma solução política para a Venezuela que traga paz e prosperidade ao seu povo depende de Nicolás Maduro", acrescentou Petro. 

Lula também pede nova eleição

Um pouco antes, o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, também havia sugerido, em entrevista à rádio T Fm do Paraná, a Maduro "convocar" novas eleições.

Se Nicolás Maduro "tiver bom senso, ele poderia fazer uma conclamação ao povo da Venezuela, quem sabe até convocar novas eleições, estabelecer um critério de participação de todos os candidatos, criar um comitê eleitoral suprapartidário, que participe todo mundo, e deixar que entrem olheiros do mundo inteiro para ver as eleições", disse Lula.

A Venezuela mergulhou em uma nova crise desde que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou a reeleição do presidente Nicolás Maduro, contestado pela oposição que denuncia fraudes e reivindica a vitória de seu candidato, Edmundo Gonzalez Urrutia.

O anúncio da reeleição de Maduro para um terceiro mandato provocou manifestações espontâneas de protesto, com um número oficial de 25 mortos, 192 feridos e 2.400 detenções.

(Com AFP)