Em contagem regressiva para Jogos Paralímpicos, atletas brasileiros embarcam rumo a Paris
Com o fim dos Jogos Olímpicos, chegou a vez dos Jogos Paralímpicos de Paris assumirem o comando, no próximo dia 28 de agosto, quando acontecerá a cerimônia de abertura do evento, que vai durar até 8 de setembro. As expectativas de Paris são de gerar entusiasmo popular como foi com os Jogos Olímpicos. Nesta segunda-feira (12), parte da delegação do Brasil está de malas prontas para embarcar para a capital francesa e devem chegar na terça-feira. Neste primeiro grupo são 72 pessoas, sendo 46 atletas com deficiência do tênis de mesa, remo, vôlei sentado e um timoneiro.
Ao todo, o Brasil contará com 254 esportistas com deficiência na competição, sendo 19 atletas-guia, 18 do atletismo e um do triatlo, três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo, totalizando 279 competidores.
Segundo o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), esta é a maior delegação brasileira convocada para uma edição do evento fora do Brasil. Os Jogos Paralímpicos Rio 2016 contaram com 278 atletas com deficiência em todas as 22 modalidades da competição. Assim como em Paris 2024, o Brasil também trará a sua maior participação feminina na história dos Jogos Paralímpicos.
A entrada dos atletas na Vila Paralímpica está prevista para o dia 21 de agosto. Enquanto isso, os atletas, que virão de maneira escalonada em 12 datas, seguem para centros de treinamento no departamento de Aube, na região de Grande Leste, a cerca de 160 km de Paris, para a aclimatação na Europa.
Alguns paratletas chegam primeiro em outros países, é o caso dos ciclistas e triatletas que devem se hospedar em Portugal antes das competições em Paris. Já os integrantes da seleção brasileira do tiro com arco vão para a Itália.
Expectativas Paralímpicas
O presidente do CPB, Mizael Conrado, desembarca na cidade de Troyes na próxima semana. De acordo com a assessoria de imprensa do Comitê, a expectativa de medalhas para o Brasil é alta: "de 70 a 90 medalhas, conforme estabelecido no planejamento estratégico de 2017 e revisitado em 2021".
Apesar do recorde de vendas de ingressos dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a venda dos 2,8 milhões ingressos dos Paralímpicos, aberta desde outubro passado, ainda não decolou, apesar dos preços atraentes a partir de €15 (cerca de R$90). Novos lotes de ingressos foram colocados à venda nesta segunda-feira e os organizadores se dizem confiantes que o sucesso virá.
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A presidente do Comitê Paralímpico da França, Marie-Amélie le Fur, vê a experiência dos Jogos como "uma oportunidade social". "Quando você vem para os Jogos Paraolímpicos, quando você vem com seus filhos, você também está fadado a mudar a maneira como você vê a situação da deficiência" com a descoberta de "algo novo" e "as emoções do esporte paraolímpico, que não são de forma alguma emoções de pena".
A maior parte do público esperado será de franceses e famílias, embora haja um período de volta às aulas entre as duas semanas de competição.
O presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Paris 2024, Tony Estanguet, reconheceu que seria necessário "adaptar-se a esse contexto de volta às aulas" e acrescentou que "o sucesso nos Jogos Olímpicos não significa sucesso nos Jogos Paralímpicos". Ainda nesta segunda, o presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Andrew Parsons, se reuniu a Tony Estanguet e Marie-Amélie le Fur durante uma coletiva de imprensa em Paris para falar sobre a "passagem de bastão" entre os eventos esportivos.
Os Jogos Olímpicos "superaram nossas expectativas", afirmou Tony Estanguet, na France Inter na manhã de segunda-feira, evocando "uma mistura de alívio, satisfação e orgulho".
Acessibilidade e inclusão em Paris
O impacto do evento também dependerá de sua capacidade de criar uma mudança na forma como a deficiência é levada em conta na vida cotidiana. Em Paris, por exemplo, o transporte público continua sendo uma questão preocupante, principalmente o metrô, que é antigo e pouco acessível. As novas linhas são equipadas com escadas rolantes, esteiras, elevadores e indicativos no piso e sonoros, mas a maior parte das estações ainda são acessíveis apenas por escadas comuns.
Na sexta-feira (9), Lamia El Aaraje, a vice-prefeita de Paris responsável pela acessibilidade, destacou, entre outras coisas, a acessibilidade das linhas de ônibus e do tramway (similar ao bonde ou VLT), e "continuaremos a trabalhar após os Jogos para ampliar esse legado", disse ela.
"A vila está sendo reformada porque queremos receber os comitês paraolímpicos nas mesmas condições que os comitês olímpicos", explicou Laurent Michaud, diretor da Vila Olímpica. Aqueles que estenderam sua estadia na vila têm até terça-feira à noite para deixar o local, antes que os primeiros para-atletas tomem posse das instalações em 21 de agosto. Cerca de 9 mil pessoas são esperadas na vila para os Jogos Paraolímpicos, incluindo mais de 4 mil paratletas.
A cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos não será no rio Sena, mas sim na Praça da Concórdia, que recebeu esportes como o estreante breaking, skate e basquete 3 x 3. A cerimônia paraolímpica será realizada pelo diretor artístico Thomas Jolly e pelo coreógrafo sueco Alexander Ekman, que comandará 150 dançarinos, incluindo cerca de 20 pessoas com deficiência.
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