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Líder de grupo que exige o retorno de soldados ucranianos suspende sua luta

06/08/2024 11h42

A líder de uma organização de mulheres que defende o retorno dos homens mobilizados na Ucrânia anunciou nesta terça-feira (6) que está suspendendo sua luta, após autoridades classificarem-na como uma "agente estrangeira" e ela ter perdido o emprego.

As associações de mulheres ou de familiares de soldados mobilizados na Ucrânia eram as únicas que continuavam organizando protestos na Rússia, onde a repressão crescente silenciou as vozes críticas. 

"Infelizmente tenho que voltar às sombras", disse à AFP Maria Andreyeva, líder do movimento "Caminho de volta".  

No início de maio, autoridades classificaram a ativista como "agente estrangeira", um rótulo com conotações graves e que implica obrigações administrativas rigorosas.

Andreyeva, que trabalhava em um centro especializado em psiconeurologia infantil, anunciou que teve que deixar o emprego devido ao novo status, que a impede de trabalhar em um estabelecimento público. 

"Os agentes estrangeiros não estão apenas privados de seus direitos, mas de seus meios de subsistência!", criticou no Telegram.

Até o início do ano, as esposas dos soldados realizavam manifestações quase todas as semanas no Túmulo do Soldado Desconhecido, perto do Kremlin. Mas os protestos se tornaram cada vez mais raros após uma série de prisões, sobretudo de jornalistas, durante o segundo ano da ofensiva russa na Ucrânia. 

Desde o início da conflito, em fevereiro de 2022, vozes dissidentes na Rússia foram empurradas ao exílio, punidas ou presas. 

Moscou mobilizou 300.000 reservistas no outono de 2022 para reabastecer o efetivo de seu Exército. 

bur/sk/sag/mb/yr/dd

© Agence France-Presse

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