Tensão cresce no Oriente Médio e ataque com faca deixa dois mortos no subúrbio de Tel Aviv
Duas pessoas morreram neste domingo (4) e outras duas ficaram feridas em um ataque com faca em Holon, no subúrbio de Tel Aviv. Segundo a polícia, o suspeito palestino foi "neutralizado" antes de morrer no hospital. De acordo com a organização Magen David - o equivalente israelense da Cruz Vermelha - as vítimas estavam em três locais diferentes, a cerca de 500 metros de distância.
Pouco depois do ataque a facadas na cidade de Holon, uma mulher de 66 anos e um homem de 80, que ficaram gravemente feridos, morreram, segundo informações divulgadas pelo hospital Wolfson.
Outro homem de 68 anos ficou gravemente ferido e outro, de 26 anos, está em estado "moderado". O suspeito do ataque, um morador da Cisjordânia ocupada, foi rapidamente "neutralizado".
Policiais que abordaram o agressor exigiram que o homem largasse a faca, mas "ele não obedeceu", e levou um tiro, disse o chefe da polícia israelense, Peretz Amar, à imprensa. "A política é que, em qualquer incidente desse tipo, quando encontramos um terrorista, ele não sai vivo", acrescentou.
O agressor chegou ao hospital logo após o incidente, em estado crítico, e logo depois foi declarado morto, segundo o Shamir Medical Center, clínica situada em Holon.
150.000 licenças de armas para a população israelense
O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, de extrema direita, visitou o local do atentado e falou sobre as tensões regionais, que ganharam força desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023.
"Nossa guerra não é apenas contra o Irã, mas também aqui, nas ruas. E é exatamente por isso que armamos a população israelense com mais de 150.000 licenças de armas", revelou Ben Gvir à imprensa.
Já o presidente israelense, Isaac Herzog, enviou suas condolências às famílias e demonstrou apoio às forças de segurança "em sua luta para erradicar a ameaça do terror, onde quer que ele se manifeste", de acordo com um comunicado.
O ataque ocorre em meio ao aumento das tensões na região, após ameaças do Irã, do Hamas palestino e do Hezbollah do Líbano contra Israel.
Os iranianos e os dois movimentos prometeram vingar o assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, ocorrido na quarta-feira (31) em Teerã e a morte do chefe militar do Hezbollah, Fouad Chokr, perto de Beirute. As operações foram atribuídas a Israel.
Israel não comentou o assassinato, que aconteceu poucas horas depois de um bombardeio - este sim reivindicado pelo Estado hebreu - que matou o comandante militar do grupo libanês, Fuad Shukr, perto de Beirute na terça-feira (30).
Israel se prepara a uma "resposta inevitável"
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, ameaçou Israel com um "castigo severo" e o líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, citou uma "resposta inevitável".
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país "está em um nível elevado de preparação para qualquer cenário, tanto defensivo como ofensivo".
O governo dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, anunciou na sexta-feira (2) um reforço de seu dispositivo militar no Oriente Médio para, entre outras coisas, "aumentar o apoio à defesa de Israel".
Nas últimas horas, além do ataque com faca em Tel Aviv, o movimento libanês Hezbollah lançou dezenas de foguetes contra o norte de Israel, em sua maioria interceptados pelo sistema antiaéreo israelense.
França pede que cidadãos deixem o Líbano
A Suécia, Estados Unidos, Reino Unido, França e Jordânia pediram nos últimos dias a seus cidadãos que abandonem imediatamente o Líbano.
O Canadá, que alertou no final de junho para que seus cidadãos também saísem do país, pediu no sábado (3) para que os canadenses também "evitem viagens a Israel".
Várias companhias aéreas suspenderam temporariamente os voos para Beirute, como Lufthansa, Air France e Transavia. A Kuwait Airways interromperá os voos a partir de segunda-feira (5) e a Qatar Airways cancelou os voos noturnos para Beirute até amanhã.
A Lufthansa também suspendeu os voos para Tel Aviv até 8 de agosto. Desde o início do conflito, o Hezbollah troca tiros diariamente com o Exército israelense ao longo da fronteira israelense-libanesa. A morte de Shukr aumentou ainda mais a tensão.
No sábado à noite, o Hezbollah anunciou que disparou dezenas de foguetes pela primeira vez contra a cidade de Beit Hillel, norte de Israel. O Exército israelense respondeu com bombardeios no sul do Líbano. A representação do Irã na ONU afirmou esperar que o Hezbollah ataque o território israelense "em profundidade" e que não se limite a alvos militares.
Dezesseis mortos em Gaza
Quase 10 meses após o início da guerra em Gaza, o Exército israelense mantém ofensiva contra o território palestino, devastado e ameaçado pela fome, segundo a ONU.
O Crescente Vermelho e a Defesa Civil palestinas afirmaram que 16 pessoas morreram em bombardeios israelenses em Jabaliya, no norte, e Deir al Balah, no centro.
Cinco pessoas morreram depois que um drone atacou as tendas dos deslocados no pátio do Hospital dos Mártires de Al Aqsa, em Deir al Balah, segundo uma fonte hospitalar.
Os ataques por terra, mar e ar também tiveram como alvo a Cidade de Gaza (norte). Os bombardeios atingiram Al Bureij e Nuseirat (centro), assim como Rafah (sul), segundo testemunhas.
A guerra teve início em 7 de outubro, quando membros do Hamas mataram 1.197 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, de acordo com um levantamento da AFP baseado em dados oficiais israelenses.
Israel calcula que 111 pessoas continuam em cativeiro em Gaza, incluindo 39 que estariam mortas. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já matou 39.583 pessoas em Gaza, também em sua maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas desde 2007.
(Com informações da AFP)
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