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Ministério Público de Paris abre nova investigação sobre ameaças de morte a organizadores da abertura dos Jogos Olímpicos

04/08/2024 12h19

Uma nova investigação foi aberta após denúncias de ameaças de morte contra os organizadores da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. O anúncio foi feito neste domingo (4) pelo Ministério Público de Paris.

 

As denúncias foram registradas por Alexandre Billard, diretor-geral adjunto da empresa especializada em eventos Ubi Bene, Thomas Jolly, diretor artístico da cerimônia de abertura de Paris 2024, e Thierry Reboul, diretor executivo das cerimônias desta edição dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Outras investigações foram abertas nos últimos dias após denúncias feitas por protagonistas da grandiosa festa da última sexta-feira (26). 

Uma das cenas do evento, protagonizada por artistas LGBTs e confundida com a Santa Ceia, suscitou críticas de autoridades religiosas e líderes políticos conservadores em todo o mundo. No entanto, Thomas Jolly esclareceu posteriormente que essa parte da cerimônia foi inspirada na pintura "Festa dos Deuses", obra criada entre 1635 e 1640 pelo holandês Jan Harmens Bilert.

Jolly afirmou ser alvo de mensagens de ameaças e injúrias nas redes sociais. Segundo o Ministério Público de Paris, os agressores criticaram sua orientação sexual e "suas supostas origens israelenses".

A DJ francesa Barbara Butch também denunciou o assédio online e ameaças de morte. Militante feminista e lésbica, ela foi uma das personagens principais da cena estrelada por drag queens e uma modelo transgênero na última sexta-feira. "Recebi muitas mensagens gordofóbicas, me convidando a queimar no inferno e suásticas", afirmou em entrevista à rádio France Inter. Segundo ela, as ameaças "são de uma violência imensa, em todas as línguas". 

Já a drag queen Nicky Doll foi atacada pelo ex-ator britânico Laurence Fox. Em sua conta no X, onde tem mais de 527 mil seguidores, ele chamou de "pedófilos" os artistas participantes deste quadro da cerimônia. Uma investigação foi aberta na sexta-feira contra ele por injúrias públicas. 

Cerimônia inter-religiosa na catedral de Notre-Dame de Paris

Representantes das principais religiões da França celebraram neste domingo os ideais de paz e fraternidade no pátio da catedral de Notre-Dame de Paris. O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) marcou presença no local. 

"No verdadeiro espírito olímpico, eu convoco todos vocês, qualquer que seja a sua fé, a se reunirem aos atletas neste apelo de paz", disse Bach. "Compartilhe essa mensagem em todas as suas comunidades", para que "milhares de apaixonados pelo esporte e apaixonados pela fé se reúnam", reiterou diante de voluntários, da presidente da região Ile-de-France, Valérie Pécresse, e da prefeita de Paris, Anne Hidalgo. 

Líderes religiosos comemoraram a iniciativa, celebrando também a existência do centro multiconfessional da Vila Olímpica. 

"Que possamos viver coletivamente e duravelmente em fraternidade como hoje. Que possamos redescobrir o riso compartilhado que mostra a felicidade das almas e dos corações", declarou o grande rabino da França, Haïm Korsia.

"Esses são momentos de fraternidade, de trocas com os atletas, com o staff ou entre nós, inter-religiosamente, que são extraordinários, devo dizer", afirmou a presidente das associações de mesquitas de Paris, Najat Benali.

"Quando a alma vive o mais próximo possível do seu corpo, é sem dúvida o melhor do homem que se expressa", sublinhou Dom Philippe Marsset, bispo auxiliar de Paris.

A reunião ocorreu por iniciativa de Thomas Bach. Em 1924, durante os Jogos Olímpicos na capital francesa, um encontro inter-religioso similar foi realizado, a pedidos de Pierre de Coubertin, fundador do COI. 

(Com informações da AFP

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