Fãs reproduzem dança de Aya Nakamura na abertura das Olimpíadas e imagens viralizam

A performance da cantora franco-maliana Aya Nakamura na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris foi vista em boa parte do planeta e compartilhada milhões de vezes nas redes sociais. Desde então, a Ponte das Artes, onde a artista cantou acompanhada pela orquestra da Guarda Republicana e bailarinos, passou a ser frequentada por turistas que reproduzem a performance diante das câmeras em um fenômeno que está viralizando.

A Ponte das Arts (Pont des Arts), que cruza o Rio Sena entre o museu do Louvre e o Institut de France (que acolhe a Academia Francesa) sempre foi um ponto turístico parisiense, visitado por pessoas do mundo todo. Além de servir de pano de fundo para as fotos dos viajantes, o local também é conhecido pelos "cadeados do amor" que durante anos foram colocados em suas grades.

Mas desde a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, o monumento também está atraindo turistas e parisienses, que se filmam no local imitando a cantora Aya Nakamura. Vídeos intituladas "Seguindo os passos da rainha" (Sur les pas de la Reine), ou "Aya minha rainha" (Aya ma reine) estão viralizam nas redes sociais).

Sozinhos ou acompanhados de dançarinos amadores, alguns se contentam apenas em reproduzir os passos da cantora e dublar a performance, enquanto outros improvisam figurinos para ficarem mais parecidos com a cena original. Uma jovem chegou a se enrolar em um cobertor térmico de sobrevivência metálico para lembrar o vestido dourado feito pela maison de alta-costura Dior para a cantora.

Até personalidades políticas entram na onda. Mathieu Maucort, encarregado junto ao governo de assuntos ligados à juventude, filmou uma cena imitando a cantora no mesmo local, que ele chamou de "Ponte de Aya", em um trocadilho com Ponte das Artes, nome que passou a ser adotado pelos fãs da artista.

O vídeo do representante do governo foi visto por mais de quatro milhões de pessoas no Tiktok.

Participação suscitou críticas de conservadores

Aya Nakamura, que chegou a ser a artista francesa mais ouvida no mundo, já era bastante popular antes da performance na abertura dos Jogos Olímpicos. Seu principal sucesso, Dja Dja, fez parte da apresentação na cerimônia de abertura, mixado com canções de Charles Aznavour, ídolo da música francesa, morto em 2018.

Mas a participação da cantora no evento suscitou comentários durante meses, antes mesmo de seu nome ser confirmado para se apresentar. Críticas de cunho racista e elitista, vindas principalmente de representantes de alas conservadoras da França, foram tema de debates.

Líderes da extrema direita francesa, entre eles a ex-candidata à presidência Marine Le Pen, chegaram a declarar que a artista, que compõe e canta músicas que misturam gírias das periferias e expressões inventadas, não representava a França e que sua participação seria uma "humilhação para o povo francês". 

Para os fãs de Aya Nakamura os vídeos irônicos são uma demonstração de apoio à cantora. Desde a cerimônia de abertura dos Jogos, as buscas pelas músicas da artista registraram na plataforma Spotify uma alta de 36% na França e 40% internacionalmente.