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Tabata Amaral fala da morte do pai em série para reforçar laços com eleitor

A pré-candidata Tabata Amaral (PSB) lançamento da série sobre sua vida - Laila Nery/UOL
A pré-candidata Tabata Amaral (PSB) lançamento da série sobre sua vida Imagem: Laila Nery/UOL
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Do UOL, em São Paulo

22/07/2024 21h42

Tabata Amaral, pré-candidata à prefeitura de São Paulo pelo PSB, lançou a série "Tabata" nesta segunda-feira (22). No primeiro episódio, ela homenageou o seu pai, Olionaldo Francisco, que se suicidou em meio a uma crise de dependência química.

O que aconteceu

Uma das estratégias de campanha de Tabata é falar sobre a tragédia familiar para reforçar laços com o eleitorado paulistano. Ao UOL, o marqueteiro dela, Pedro Simões, contou que a série foi gravada no último mês que "a intenção é buscar um caminho que não passe por polêmicas". Os episódios serão exibidos no YouTube.

Durante lançamento da série com o seu nome, Tabata destacou o lugar onde morava, na zona Sul de São Paulo. "Quero que vocês conheçam uma Tabata diferente dessa que falam, da meritocracia, que nunca fui. Quero levar vocês para a vila Missionária e quero que conheçam a minha laje."

Ela quer mostrar que conhece as diferentes realidades de São Paulo. "Queremos tornar ela mais conhecida e a maneira como escolhemos contar essa história, é a maneira que fala com todo mundo: a esquerda, a direita, com o centro, a periferia, com gente politizada e despolitizada", diz Simões.

Para ele, as dificuldades enfrentadas pela família da deputada é a realidade de boa parte do eleitorado que ela pretende conquistar. "É uma histórias alguém que vem da periferia e que vence com muita dificuldade", diz o marqueteiro. "Ela agarrou as poucas oportunidades que teve."

A morte do pai

Este mês, os ataques que o também pré-candidato Pablo Marçal (PRTB) lançou sobre Tabata tratavam da morte do pai dela. "Já entendíamos que essa era uma história poderosa. A história já estava na internet e o Pablo Marçal fez uso de um jeito muito infeliz."

O lançamento da série foi na noite desta segunda (22), no cinema Belas Artes. A pré-candidata escolheu a história de seu pai para o primeiro episódio. na estreia, a história do relacionamento dos pais, como se conheceram, o casamento com sua mãe, Maria, sua relação com a deputada e a crise de dependência de drogas são expostos.

O suicídio de Olionaldo marcou a vida da deputada. Ele aconteceu dias antes de Tabata, então com 18 anos, se mudar para os Estados Unidos para estudar na universidade Harvard, uma das mais conceituadas do mundo.

O também pré-candidato Pablo Marçal, já usou as redes para responsabilizar Tabata pela morte do pai. Em um vídeo, ele acusa a deputada de abandonar o próprio pai no Brasil para estudar nos EUA. "Deixou ele morrer", foram as palavras que Marçal utilizou.

Ela respondeu, chamando Marçal de "nojento" e "perverso". Tabata defende o pai, falando que era o seu maior incentivador e que estava no Brasil quando ele tirou a própria vida. "Um homem brilhante, amoroso, divertido, inteligente (...). Ele acreditava em mim quando nem eu mesma acreditava", diz ela, em um vídeo sobre a campanha.

Eu perdi meu pai pro preconceito, pro tabu que existe em torno dos transtornos mentais! Ele passou a vida toda querendo se internar, mas nunca conseguiu uma vaga. Saúde mental não deveria ser luxo! E a gente precisa mudar a forma como a sociedade encara os transtornos mentais para que não sejam vistos como fraquezas, mas como doenças que merecem um tratamento digno e acolhimento.
Tabata Amaral, pré-candidata à Prefeitura de São Paulo

Tabata Amaral fala sobre a série que mostra a sua trajetória - Laila Nery/UOL - Laila Nery/UOL
Tabata Amaral fala sobre a série que mostra a sua trajetória
Imagem: Laila Nery/UOL

Amigos do pai de Tabata compareceram à sessão. "Já tinha um tempo que eu não a via", disse o motorista Ednaldo Alves dos Santos amigo do pai de Tabata, que fez questão de comparecer à estreia da série. "A gente trabalhava junto. Eu era motorista e ele o cobrador. Ver um amigo naquela situação era complicado, eu conversava, dava conselho, pedi a ajuda da empresa e dos psicólogos", afirmou.

Maria, mãe de Tabata, que é a estrela do segundo episódio, conheceu Olionaldo quando estava grávida de três meses. Na série elas contam como ela foi adotada ainda na gestação e a sua mãe deixou de ser uma mãe solteira — a série é uma das estratégias de Tabata para se aproximar do eleitorado feminino da periferia.

Não foi uma decisão contar a nossa história desse jeito, porque a gente se expõe. Geralmente numa biografia se escolhe trazer as partes mais bonitas. Decidimos fazer o contrário. Porque as pessoas sempre tiveram curiosidade sobre a minha história contando de uma perspectiva meritocratica. Eu nunca acreditei e decidi contar a nossa história do nosso jeito. Meu pai era essa pessoa que vocês viram, engraçado, brilhante maravilhoso e que tive por escolha. Estou aqui defendendo ele.
Tabata Amaral, durante lançamento de série

Em nota divulgada pela campanha da deputada, a série é uma estratégia para popularizar a deputada. "Pretende atingir pessoas de diferentes ideologias e preferências partidárias, contando a vida e compartilhando as ideias de Tabata Amaral, filha de uma diarista e de um cobrador de ônibus, que se transformou numa das principais lideranças políticas de São Paulo".

Tabata insiste em PSDB, mas não quer Datena como vice. Após almoçar com a esposa do vice presidente, Geraldo Alckmin, Lu Alckmin no último domingo, Tabata Amaral diz que Datena não faz mais sentido como seu vice. "No PSB mantivemos a nossa palavra de conversar com o PSDB sobre um possível vice, mas não faria mais sentido ter o Datena. Estamos abertos as possibilidades."

Ela é a quinta colocada nas intenções de voto entre os candidatos à Prefeitura segundo o Datafolha. Tecnicamente empatada com Pablo Marçal (PRTB) e José Luiz Datena (PSDB), Tabata deve anunciar o nome do candidato a vice no próximo sábado (27), quando acontece a convenção partidária do PSB. No mesmo dia, o PSDB fará a sua convenção.

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