Paris: Homem que atacou policial perto da Champs-Elysées é suspeito de ter matado uma pessoa horas antes

O homem que atacou um policial com uma faca na noite de quinta-feira (18) em Paris, a poucos metros da avenida Champs-Élysées, é suspeito de ter matado um adolescente na cidade de Courbevoie, na periferia parisiense, uma hora antes do drama. A poucos dias do começo das Olimpíadas de 2024, o incidente aumenta a preocupação sobre a segurança do megaevento.

Após esfaquear um policial na cabeça, o homem foi baleado no abdôme por outro policial e acabou morrendo horas depois. Nesta manhã, o Ministério Público de Nanterre confirmou à AFP "a existência da ligação" entre o suposto autor de um homicídio doloso ocorrido em Courbevoie por volta das 18h15 e o suspeito que morreu na sequência do ataque a um policial em Paris.

Segundo fontes policiais, o suspeito teria esfaqueado duas vezes um menino de 16 anos em um apartamento e fugiu de moto do local. Ele já teria sido visto no local do homicídio, disseram os seus pais, contatados pela polícia por meio de uma testemunha.

A família relatou que o filho tinha transtornos psiquiátricos e já havia fugido de casa e de um hospital psiquiátrico. Os pais forneceram à polícia judiciária de Hauts-de-Seine, responsável pela investigação, a identidade e uma fotografia do filho.

O homem tinha 27 anos, era de nacionalidade senegalesa e encontra-se em situação regular na França, onde já tinha passagem pela polícia, segundo informou uma fonte policial à AFP. Foi graças a estes registros que foi feita a ligação com o ataque com faca a um agente da polícia, uma hora depois, perto da avenida Champs-Élysées, na noite de quinta-feira.

Como foi o ataque

Por volta das 19h15, no horário local, o homem se aproximou da entrada da loja Louis Vuitton, de onde foi afastado por agentes de segurança, que solicitaram a intervenção policial. Durante sua prisão, ele esfaqueou um dos policiais "na nuca, perto do pescoço", segundo o secretário de Segurança Laurent Nuénez. O agente ficou gravemente ferido, mas não corre risco de morte.

Gravemente baleado por outro policial, o homem morreu durante a noite devido aos ferimentos. Foi aberto um inquérito por tentativa de homicídio de policial, a cargo da 1ª Delegacia de Polícia Judiciária, informou o Ministério Público.

Como é habitual após um tiroteio policial mortal, foi aberta uma segunda investigação por "violência que levou à morte sem intenção de causá-la", confiada à Inspeção-Geral da Polícia Nacional (IGPN). "Tendo em conta os fatos que me foram relatados, o uso de armas administrativas é inteiramente proporcional", disse Nuñez na noite de quinta-feira.

Este ataque "não tem, nesta fase, qualquer motivação terrorista, nem qualquer ligação com os Jogos Olímpicos" que se iniciam em uma semana num clima de segurança tenso, assegurou o secretário de Segurança.

Outros crimes na mesma semana

A capital foi palco de outros crimes esta semana, suscitando receios de atos terroristas. As autoridades ressaltaram, entretanto, que conforme os primeiros elementos das investigações, trata-se de casos de violência decorrentes de transtornos psiquiátricos.

Na segunda-feira (15), um soldado da operação antiterrorista Sentinela foi esfaqueado na estação de trem Gare de l'Est por um homem, já conhecido por homicídio em 2018. Ele foi internado em um hospital psiquiátrico após o ataque ao soldado.

Na quarta-feira (17), uma pessoa morreu e outras seis ficaram feridas por um carro que colidiu contra mesas instaladas em frente a um bar no 20º distrito de Paris. O motorista, que segundo a acusação pode ter agido "intencionalmente", foi internado na quinta-feira em uma enfermaria psiquiátrica.

(Com AFP)