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Indignação no Quênia após a descoberta de seis corpos de mulheres mutilados em aterro sanitário

12/07/2024 17h49

A polícia do Quênia abriu uma investigação depois de seis corpos de mulheres mutilados terem sido encontrados em um aterro sanitário em Nairóbi nesta sexta-feira (12) e de os agentes dispersarem uma multidão furiosa que se reuniu em frente a uma delegacia próxima.

"Foi recebido um alerta após a descoberta de seis corpos gravemente mutilados, todos de mulheres, em vários estados de decomposição", afirmou a Direção de Investigações Criminais em comunicado.

Os corpos estavam enrolados em lonas de náilon com cordas.

Após o anúncio, a polícia disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar uma multidão que se reuniu em frente a uma delegacia de polícia em Mukuru, um subúrbio ao sul da capital, observou um jornalista da AFP.

O gabinete do Procurador-geral de Justiça manifestou a sua "profunda preocupação" com a descoberta, que, segundo ele, indica "uma grave violação dos direitos humanos, tendo em conta que o aterro se encontra a poucos metros da delegacia".

O Ministério Público ordenou que a polícia apresentasse os resultados da investigação em um prazo máximo de 21 dias e instou as entidades estatais a agilizarem as investigações sobre denúncias de mortes e desaparecimentos forçados supostamente cometidos por agentes policiais.

O chefe da polícia de Nairóbi, Adamson Bungei, disse aos jornalistas que abriu uma investigação "para descobrir as identidades e a forma como estas pessoas foram mortas".

A polícia queniana está sendo investigada pelas mortes de dezenas de pessoas durante protestos antigoverno em junho e por relatos de sequestros de manifestantes.

A Comissão de Direitos Humanos do Quênia, uma organização não-governamental, informou que oito corpos foram encontrados e apelou por "uma investigação exaustiva para determinar a causa destas mortes e identificar os responsáveis".

Lucy Njambi, morador de Mukuru, exigiu que a polícia desse "respostas" e investigasse os fatos rapidamente.

"O que vi foi assustador. Corpos escondidos em sacos e jogados em aterros sanitários", afirmou.

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© Agence France-Presse

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