Marçal responsabiliza família de Tabata por morte de pai da pré-candidata
O pré-candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) responsabilizou a família da deputada federal Tabata Amaral (PSB), adversária dele na disputa, pela morte do pai dela em 2012, quando ela tinha 18 anos e havia terminado o Ensino Médio. As declarações foram durante sabatina UOL/Folha nesta quarta-feira (10).
O que aconteceu
"Ninguém se mata do nada", disse Marçal sobre ter mentido que Tabata estava fora do Brasil quando o pai dela se suicidou. Para ele, o fato de a deputada estar no país quando o caso ocorreu é "pior ainda". "A família é responsável pelos seus. É papel de todo ser humano cuidar dos seus pais. Ninguém se mata do nada, ninguém entra no vício do nada. As pessoas que estão abandonadas nas ruas foram abandonadas pelas famílias. Não é por que ela decidiu 'amanhã eu vou morar na rua.' Ninguém começa a virar mendigo, ninguém é suicida de véspera", disse ao afirmar que ela abandonou o pai.
Marçal voltou atrás na declaração de que Tabata não poderia ser prefeita por não ser casada. Ele afirmou que isso não era requisito necessário para o cargo, mas chamou a deputada de segundo mandato de "menina" e afirmou que ela não "aguenta o tranco" para comandar a cidade. "Falei que ela é uma garota e precisa amadurecer. Ela não empreendeu, não pagou milhões em impostos, é uma garota, é uma menina. Ela não aguenta o tranco, por isso fica nessa choração", criticou.
O pré-candidato acusou Tabata de crime por tê-lo chamado de estelionatário. "A Tabata foi um pouco injusta comigo. Eu chamei ela no WhatsApp para conversar [após a declaração de que ela não poderia ser prefeita por não ser casada]. Depois ela criou ilação de que eu sou estelionatário, isso é crime. Ela forçou a barra", criticou. Na época da declaração, Tabata rebateu Marçal, apontou machismo do adversário e disse que ele foi condenado em 2010 por fazer parte de uma quadrilha de roubo a bancos quando tinha 18 anos. A pena dele, no entanto, foi extinta em 2018 por prescrição.
Acusação sobre morte do pai é 'nojenta', disse Tabata
Não é a primeira vez que Marçal fala sobre a morte do pai de Tabata. Em entrevista para o portal IstoÉ na semana passada, ele afirmou que ela abandonou o próprio pai no Brasil para viajar aos Estados Unidos e deixou ele morrer.
Tabata chamou o ataque de "nojento" e "perverso" na ocasião. A deputada disse que estava no Brasil quando tudo aconteceu e relatou que o pai era alcoólatra e foi dependente de crack. "No fim, ele estava sofrendo demais. Na mesma semana que eu fui aceita em Harvard, ele cometeu suicídio. Foi o momento mais difícil da minha vida. Mas eu estava quando ele morreu, eu não estava fora. Essa baixaria sequer faz sentido", rebateu, em vídeo publicado nas redes sociais.
Em reportagem de 2 de abril de 2012, quando foi admitida em Harvard, Tabata explica que recebeu a notícia da aprovação e comemorou com os pais. "Quando soube [da aprovação em Harvard] comecei a chorar muito, perguntava se podia mudar o resultado. Eram duas da manhã, liguei para minha mãe, meu pai ficou superemocionado", disse ela ao G1 na época.
Ainda de acordo com a reportagem, o pai de Tabata morreu três dias depois de ela saber da aprovação. A então estudante chegou a cogitar desistir da vaga, mas acabou indo meses depois para estudar nos Estados Unidos.