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A ofensiva diplomática de Zelensky para reunir líderes mundiais na Suíça

13/06/2024 07h20

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, desempenhou um papel fundamental na organização da reunião de chefes de Estado e delegações de cerca de 90 países em Genebra, com o objetivo de pôr fim à guerra na Ucrânia. 

Há meses que o presidente ucraniano tem implementado uma ofensiva diplomática para conseguir que os poderosos do mundo participem da sua cúpula de paz e mostrar à Rússia, excluída da reunião, que está do lado errado da história. 

A presença de dezenas de países, inclusive do Sul Global, tradicionalmente mais próximos de Moscou, em um momento em que a Ucrânia enfrenta grandes dificuldades no front no seu terceiro ano de guerra com a Rússia, é um primeiro sucesso. 

A Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, não foi convidada para a reunião.

"É muito surpreendente que 100 países participem de uma cúpula de paz na qual o principal instigador do conflito não participa", disse Max Bergmann, ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA. 

"É um golpe de mestre diplomático", acrescentou Bergmann, que agora dirige o Programa Europa, Rússia e Eurásia no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS). 

William Courtney, um ex-diplomata dos EUA, também chama isso de "enorme sucesso".

Zelensky priorizou a participação dos líderes mundiais na conferência de 15 a 16 de junho, que acontecerá na cidade de Burgenstock. Nas últimas semanas, visitou 16 países, especialmente no Oriente Médio e na Ásia, para transmitir pessoalmente a sua mensagem. 

- "Superexposição" -

Por outro lado, a ofensiva diplomática ucraniana sofreu um revés: a recusa da China em participar devido à exclusão da Rússia, sua aliada. 

Segundo Simon Smith, ex-embaixador britânico na Ucrânia, Zelensky tem tido "menos sucesso" em convencer os países que não se sentem diretamente preocupados com a ameaça russa a apoiarem Kiev com mais firmeza. 

"É mais difícil para ele convencer outros países a compartilharem a sua indignação com o que a Rússia faz, quando esses países não se sentem ameaçados pela Rússia", explicou à AFP. 

A cúpula será também uma demonstração de como a diplomacia de Zelensky evoluiu desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.

Para William Courtney, Zelensky tornou-se mais "habilidoso" no cenário internacional, mas para Max Bergmann "perdeu um pouco do magnetismo que tinha em 2022". 

Naquele momento, o presidente ucraniano dirigia-se aos Parlamentos de todo o mundo por videoconferência e surpreendia a todos com a sua capacidade de resistência. Hoje, "há uma espécie de superexposição. Todo mundo já ouviu as réplicas e a mensagem, repetidas inúmeras vezes", disse Bergman. 

O simples fato de a cúpula acontecer é um sucesso para Zelensky, mas resta saber se será possível delinear uma posição comum entre 90 países. 

"Os países tendem a apoiar o vencedor e, até agora, não têm certeza de quem será", disse Orysia Lutsevych, chefe do Fórum sobre a Ucrânia em Chatham House.

bur-jc/pop/alf/ia/meb/zm/aa/fp

© Agence France-Presse

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