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EUA e China discutem sobre Taiwan e presidente das Filipinas critica Pequim em cúpula de defesa da Ásia

31/05/2024 12h31

Por Idrees Ali e Xinghui Kok

CINGAPURA (Reuters) - Os chefes de defesa dos Estados Unidos e da China discutiram sobre Taiwan em sua primeira reunião presencial em dois anos nesta sexta-feira, enquanto o presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Junior, criticou "ações ilegais e coercitivas" no Mar do Sul da China, uma clara censura a Pequim.

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e o ministro da Defesa da China, Dong Jun, reuniram-se à margem da conferência de Cingapura mais cedo, reiterando suas diferenças sobre Taiwan e outras questões, mas enfatizando a necessidade de manter abertas as comunicações entre as Forças Armadas dos dois países.

Austin expressou preocupação com a atividade militar chinesa perto de Taiwan, inclusive após a eleição presidencial da ilha e a posse do presidente Lai Ching-te neste mês, disse o major-general da Força Aérea dos EUA, Patrick Ryder, em um comunicado.

"O secretário expressou sua preocupação com as recentes atividades provocativas do Exército de Libertação Popular em torno do Estreito de Taiwan e reiterou que a República Popular da China não deve usar a transição política de Taiwan -- parte de um processo democrático normal e rotineiro -- como pretexto para medidas coercitivas", disse Ryder após a reunião de 75 minutos.

Dong alertou Austin que os EUA não devem interferir nos assuntos da China com Taiwan, disse o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Wu Qian, a repórteres. A China reivindica a ilha democraticamente governada como parte de seu próprio território.

A abordagem dos EUA em relação a Taiwan viola os compromissos assumidos pelos Estados Unidos e envia o sinal errado às "forças separatistas" de Taiwan, disse o porta-voz citando Dong. Pequim chama o novo presidente, Lai, de "separatista".

Em um discurso de abertura na reunião, Marcos disse que as Filipinas e outros países do sudeste asiático tinham uma visão de "paz, estabilidade e prosperidade" no disputado Mar do Sul da China, mas que isso está sendo prejudicado por outros atores, embora ele não tenha citado a China.

"Ações ilegais, coercitivas, agressivas e enganosas continuam a violar nossa soberania, direitos soberanos e jurisdição", disse Marcos.

Os encontros entre as Filipinas e a China nas águas mais disputadas da Ásia ficaram mais tensos e frequentes no ano passado, à medida que Pequim pressiona suas reivindicações sobre cardumes situados em águas que, segundo Manila, estão dentro do território filipino.

Marcos, entretanto, enfatizou que tanto Pequim quanto Washington têm um papel importante na manutenção da paz na região.

"A estabilidade contínua dessa região exige que a China e os Estados Unidos administrem sua rivalidade de maneira responsável", disse ele. "Sua disputa está exacerbando os pontos de conflito e criou novos dilemas de segurança."

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