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Países ricos atingiram meta de financiamento climático global com 2 anos de atraso, diz OCDE

29/05/2024 10h48

Por Kate Abnett

BRUXELAS (Reuters) - Os países desenvolvidos cumpriram sua promessa de fornecer anualmente 100 bilhões de dólares para ajudar os países mais pobres a lidar com as mudanças climáticas em 2022, informou nesta quarta-feira a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), confirmando que a meta foi atingida com dois anos de atraso.

Em 2009, os países desenvolvidos prometeram que, a partir de 2020, transfeririam 100 bilhões de dólares por ano para os países mais pobres, que enfrentam os custos do agravamento dos desastres provocados pelas mudanças climáticas.

Eles forneceram 115,9 bilhões de dólares em financiamento climático em 2022, atingindo a meta pela primeira vez, informou a OCDE em um relatório. O total também inclui o financiamento privado mobilizado por fundos públicos.

O valor prometido é muito menos do que os trilhões que os países em desenvolvimento precisam para investir em energia limpa com velocidade suficiente para atingir suas metas climáticas e proteger suas populações de condições climáticas extremas e da elevação dos mares.

Mas a meta não atingida se tornou politicamente simbólica, fomentando a desconfiança entre países mais pobres nas recentes negociações climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), uma vez que alguns argumentam que não podem assumir compromissos mais ambiciosos para enfrentar as mudanças climáticas se as potências econômicas mundiais não fornecerem o apoio financeiro prometido.

As finanças serão o tópico central da COP29 deste ano em Baku, no Azerbaijão, em novembro. A principal tarefa será definir uma nova meta de financiamento climático para os países em desenvolvimento, a fim de substituir a meta de 100 bilhões de dólares após 2025.

Os países já estão divididas quanto à nova meta.

A União Europeia, atualmente o maior provedor de financiamento climático do mundo, está entre os países ricos que exigem que mais países paguem pela nova meta -- incluindo grandes economias emergentes e aquelas com altas emissões de CO2 e riqueza per capita, como a China e os países do Oriente Médio.

A China, atualmente o maior emissor de CO2 do mundo, opôs-se firmemente à ideia em negociações climáticas anteriores.

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